Fazemos parte da Segunda Igreja Batista em Cabedelo/Pb, situada no bairro, Jardim Manguinhos em frente a Estação de trem.
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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Sotereologia - A Doutrina da Salvação (Parte III)

Sotereologia - A Doutrina da Salvação (Parte III)

Continuação....!

Pr. Calvin Gardner

6. A Escolha de Deus na Salvação

Não é necessário que todos os crentes crêem tudo o que este estudo apresenta sobre eleição. O autor do estudo é ciente que existem explicações diferentes sobre o tema apresentado mesmo que ele não concorda com todas delas. Mesmo assim, é esperado que o leitor creia algo sobre o assunto. A Bíblia trata desse estudo sem confusão. Muitos alunos da Bíblia crêem que mexer com este assunto de eleição é comprar uma briga, ou entrar em uma briga que é dos outros. Outros ainda ignoram o assunto por inteiro como se fosse uma parte das coisas encobertas de Deus e que Ele não quer que ninguém trata do assunto (Deut. 29:29). A atitude do autor não é de brigar, nem interferir com as brigas dos outros. Também não é a sua intenção de desvendar algo misterioso que Deus quer deixar encoberto para todo o sempre. O autor simplesmente quer expor o que a Bíblia diz do assunto e, mesmo não entendendo tudo sobre Deus, crer pela fé aquilo revelado divinamente pela Palavra de Deus. Este deve ser o mínimo esperado de um estudo bíblico por qualquer aluno consistente. Devemos lembrar-nos: tudo que está revelado na Bíblia pertencem a nós e a nossos filhos (Deut. 29:29; II Tim 3:16,17, "Toda a Escritura é inspirada e proveitosa ...").

O simples fato que subsistem salvos entre os espiritual e moralmente incapacitados; que existem vivos entre os mortos em pecados e ofensas; que têm os que querem agradar Deus entre uma multidão de incapacitados que somente procuram concupiscência é prova definitiva que existe uma força maior do que os homens crentes operando para salvá-los. Essa força opera segundo um poder fora do homem. Esse poder opera segundo uma determinação que não pertence ao homem.

Temos estudado já que essa determinação é a própria vontade de Deus (Efés. 1:11). A vontade soberana de Deus é revelada nas Escrituras Sagradas em certos termos. O termo que estipula a ação da eterna vontade de Deus em determinar quem entre todos virão ser salvos é eleição. Como entenderemos pelo estudo, a eleição de Deus é puramente uma terminologia bíblica sem ser uma invenção de nenhum teólogo humano.

O Significado das Palavras Bíblicas: ‘eleito’ e ‘escolha’

Convém um entendimento da terminologia que Deus usa pela Bíblia no tratamento desta doutrina. Existe a palavra ‘eleito’ tanto no Velho Testamento (# 972, 4 vezes somente: Isa 42:1; 45:4; 65:9,22) e no Novo Testamento (# 1588 com raiz em #1586, 27 vezes junto com as suas variações: eleição, elegido). Não obstante onde a palavra ‘eleito’ é usada, tanto no Velho Testamento quanto no Novo Testamento, a palavra ‘eleito’ significa a mesma coisa: escolhido, um preferido, elegido - por Deus (Strong’s, Online Bible). As vezes, essa palavra hebraica traduzida na maioria dos casos por ‘eleito’ em português é também traduzida, em português, umas quatro vezes, por ‘escolhido’ (I Crôn 16:13; Sal 89:3; 105:6; 106:23). A palavra em grego traduzida por ‘eleito’ no Novo Testamento (#1588, 27 vezes) é também traduzida ‘escolhido’, com a suas variações, não menos que trinta vezes (#1586, Mat. 20:16; Mar 13:20, "eleitos que escolheu"; João 13:18; I Cor 1:27; Efés. 1:4, etc.). Somente por um olhar ao significado desta palavra ‘eleito’, como ela é usada pelas Escrituras Sagradas, podemos entender que a eleição é uma escolha, uma escolha feita por Deus. A palavra ‘eleito’ em português significa como adjetivo: 1. Escolhido, preferido. Como substantivo significa: Indivíduo eleito (Dicionário Aurélio Eletrônico). A própria palavra ‘eleição’ significa em português: 1. Ato de eleger; escolha, opção (Dicionário Aurélio Eletrônico). Como é claro pelo estudo das palavras usadas biblicamente para explicar a determinação de Deus, tanto em Hebraica, em grego ou em português a palavra ‘eleito’ e ‘escolha’, junto com a suas variações, significam a mesma coisa, ou seja, uma escolha de preferência.

A Natureza da Eleição

Desde que a Bíblia trata dessa escolha abertamente, não temos que chegar a uma vaga conclusão deduzida por abstratos, emoções, preferencias ideológicas ou mera simbologia. Essa escolha é descrita pela Bíblia. Por ser descrita biblicamente não é necessário ter dúvidas sobre a natureza da eleição.

A eleição: Origina-se com Deus

É claramente estipulada biblicamente que a eleição origina-se com Deus. Os que crêem em Cristo são feitos filhos de Deus e salvos mas não são feitos eleitos pela fé. Este nascimento não é, como origem, do sangue ou da carne (do homem), mas de Deus (João 1:12,13; Rom. 9:16), quem é Espírito (João 4:24). Estes que querem vir a Deus e crer em Cristo, venham e crêem por serem dados a Cristo pelo Pai em primeira instancia antes da existência do homem (João 6:37; Efés. 1:4). Pelo fato de serem dados a Cristo pelo Pai temos uma prova clara que existia a determinação primeiramente e essa determinação de Deus é a origem de qualquer ação positiva feita pelo homem para com Deus. Essa determinação não foi de homem mas de Deus (João 6:37). Pela eleição ser motivada primeiramente por Deus, Cristo pôde declarar: Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós (João 15:16; I João 4:19). Realmente, se marcássemos através da Bíblia cada um dos casos que Deus age soberanamente com o homem, cada uma das declarações que determinam que a eleição e os seus frutos são de Deus e cada ilustração, parábola, etc. que mostra que a eleição é a operação usual de Deus, entenderemos que quase todos os livros da Bíblia atestam que a eleição é de Deus pela Sua graça. Considerando os fatos já estudadas sobre Os Necessitados da Salvação, o homem não pôde ajudar a Deus nessa escolha pois, o homem, é incapaz de fazer qualquer coisa boa e realmente apenas maquinava pensamentos maus continuamente (Gên. 6:5; Jer 17:9; 13:23; Rom. 3:23). Pela razão da eleição vir primeiramente de Deus, os cristãos têm forte razão de adorar e louvar a Deus eternamente. É isto que o Apóstolo Paulo enfatiza na sua carta aos Efésios (Efés. 1:3, 4).

A eleição é: Incondicional

A natureza dessa escolha é descrita pela Bíblia também como sendo incondicional. Isso não quer dizer que a salvação não tem condições, pois as tem (e todas elas são preenchidas pelo sangue de Cristo, Efés. 2:13; I Pedro 1:19,20), mas, não estamos tratando agora o preço pago na salvação, mas da escolha que Deus fez para a salvação. Dizendo que a eleição é incondicional queremos entender que aquela escolha que Deus fez antes da fundação do mundo (Efés. 1:4), não foi baseada em algo que existia anterior ou poderia existir posteriormente no homem. Isto é, não há nada que originou-se no homem que poderia ser interpretada como sendo uma condição que induziu Deus primeiramente o preferir. A condição da eleição não foi um conhecimento divino que o homem aceitaria a salvação se ela fosse apresentada a ele. Lembramo-nos do nosso estudo anterior sobre a condição dos necessitados da salvação, que, no homem, não existe nenhuma coisa boa (Rom. 7:18, "Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum"; Jer 7:19; 13:23), e, não habitando nada boa nele, há nada para atrair a atenção salvadora de Deus a ele nem alago que dava-lhe uma predisposição a escolher o que era bom (Jer 13:23). A condição da escolha primária não foi do homem, mas, Deus escolheu o homem "para a si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade" (Efés. 1:5,9,11). A condição da determinação primária de Deus foi pelo querer de Deus e não por nenhuma justiça real ou provável que o homem poderia ter, intentar ou desenvolver (Isa 64:6, são "todas as nossas justiças como trapo da imundícia"). Se o homem tivesse qualquer condição favorável que o destacava diante do favor de Deus, aquela condição faria Deus a ser obrigado a conceder-lhe a salvação. Isso faria a salvação a ser pelas obras ou pelas condições humanas e não segundo a graça; o beneplácito da vontade divina. A eleição, tanto quanto a salvação, é puramente pela graça: um favor divino desmerecido e imerecido pelo homem (Rom. 11:5,6; Efés. 2:8,9). Foi uma escolha puramente divina e graciosa em salvar um homem que não tinha nenhuma condição boa para apresentar diante de Deus como um mínimo mérito qualquer. Deus preferiu um pecador particular para receber a Sua graça somente porque quis (Rom. 9:15,16, "Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia"). Somente entendendo tudo sobre a vontade de Deus, algo que não podemos nunca atingir, entenderemos por completa por que Deus escolheria um homem tão depravado que não possuía nenhuma capacidade, e, portanto, nenhuma condição, para atrair-lhe a Deus. Mas, de fato, conforme a Bíblia, é isto que Deus fez. A escolha de Deus de Israel revela essa atitude (Deut. 7:7) e a escolha de Deus para a salvação é da mesma natureza (João 1:12,13; Rom. 3:18-23; 9:15,16). Devemos resumir esta parte da natureza de eleição como Jesus resumiu-a: Sim, ó Pai, porque assim te aprouve (Mat. 11:26).

A eleição é: Pessoal e individual

A escolha de Deus também é descrita biblicamente como sendo pessoal e individual (Rom. 9:15). Quando dizemos que a natureza da escolha de Deus é pessoal queremos entender que a eleição de Deus foi por pessoas individualmente conhecidas por Ele antes da fundação do mundo (Efés. 1:4). A eleição para salvação é para indivíduos e não pelas ações destes indivíduos. Esse fato podemos entender pelos próprios pronomes usados concernente à eleição. Pela Bíblia encontramos pessoas chamadas segundo o propósito de Deus (Rom. 8:28). Essas mesmas pessoas, e não a suas ações, são dadas como sendo dantes conhecidas e predestinadas por Deus (Rom. 8:29). Em Romanos 9:10-16 temos até o nome citado de um homem que Deus escolheu antes deste ter nascido ou de fazer bem ou mal, mas, "para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme". Falando de Israel, como uma nação, Deus confortava o Seu povo firmando que Ele amava eles com um amor eterno. Foi pelo amor eterno, e não por uma ação futura deste povo, que motivou Ele "com benignidade" de os atrair (Jer 31:3). É pela ordenação de Deus que os salvos chegam a crer (Atos 13:48) e não vice-versa, ou seja, não foram ordenados à salvação por terem cridos. A ordenação divina foi primeira. A fé salvadora veio depois e por causa da ordenação. Por isso podemos enfatizar que os salvos são pessoalmente e individualmente conhecidos por Deus, em uma maneira especial de todos que foram criados por Ele, antes da fundação do mundo (Efés. 1:4; Tito 1:2). Paulo, em carta aos Tessalonicenses, diz que a eleição pessoal e eterna é motivo dos salvos darem graças a Deus (II Tess 2:13, "Mas devemos sempre dar graças a Deus por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação ..."). Pela eleição pessoal e individual ser um motivo de gratidão por alguns podemos entender que a eleição é pela graça, e, assim sendo, não é, de maneira nenhuma, um direito dos pecadores nem uma obrigação na parte de Deus.

Mesmo que a eleição pessoal é estipulada pelas Escrituras Sagradas, ela pode parecer estranha a nossa concepção das coisas pela nossa mente finita. Mesmo assim, devemos crer nessa doutrina da mesma forma que Deus a explicou: "compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia" (Rom. 9:15). Se a aceitação dessa verdade necessita uma fé maior em Deus, nisso Deus é agradado (Heb 11:6) e adorado como convém (João 4:23, 24).

A eleição é: Particular e preferencial

A escolha de Deus, por ser pessoal e individual, pode ser determinada também como sendo particular e preferencial. Isso quer dizer que entre todos os condenados, Deus, em amor, particularmente escolheu alguns para receber as bênçãos da salvação. Podemos entender essa particularidade examinado alguns casos de escolha que Deus fez e quais são relatados pela Bíblia nos dando uma prova divina e segura que a eleição particular e preferencial é bíblica:

† Antes do dilúvio, a maldade multiplicara ao ponto que toda a imaginação dos pensamentos dos homens era só má continuamente. Todavia, um destes homens achou graça nos olhos de Deus. Lembramo-nos que este homem não merecia este favor de Deus, ou melhor, que ele era igual aos homens corruptos. Se este agraciado merecia o favor que Deus mostrou, não séria mais graça na parte de Deus e sim uma obrigação (Rom. 11:6). Mas, entre todos os corruptos, uma escolha diferenciada foi feita para transformar este homem, Noé, e a sua família, em vasos de benção (Gên. 6:5-8).

† Entre os três filhos de Noé, o Sem foi escolhido para ser na linhagem de Cristo (Gên. 9:26; Luc 3:36) e não o filho Jafé que era o mais velho. Porque esta distinção foi feita?

† Abraão foi escolhido em vez de Naor ou Harã para ser o pai das nações (Gên. 11:26-12:9). Será que Abraão merecia essa preferência? Não. Abraão, junto com os da sua família, servia outros deuses (Josué 24:2) fazendo ele tão abominável quanto os demais. Todavia, uma distinção foi feita e foi Deus quem fez. Entre todos os povos, entre os quais ninguém merecia tal atenção de Deus, um teve a preferência de Deus (Deut. 7:6).

† Jacó, o enganador, foi escolhido a conhecer o arrependimento em vez do seu irmão Esaú que não era um enganador (Heb 12:16,17; Rom. 9:10-16). Se fosse nós escolhendo, e especialmente se soubéssemos o futuro, não escolheríamos dar benção nenhuma a um homem enganador quanto Jacó. Todavia, o Jacó foi escolhido pela eleição, antes mesmo de ter nascido e feito bem ou mal (Sal 135:4).

† Efraim foi colocado adiante de Manasses mesmo que não tinha direito (Gên. 48:17-20). Porque essa diferenciação foi feita?

† José, o 11º filho, recebeu uma porção dupla na benção (Gên. 48:22). Porque não foi o filho mais velho que recebera tal benção? Que foi uma preferência é claro.

† O patriarca Moisés (Êx. 2:1-10), o salmista Davi (I Sam 16:6-12), o desobediente Jonas (Jonas 1:3) e outros também podiam ser citados como os com qual Deus fez uma escolha particular e preferencial entre outros de igual caráter e situação de vida.

† A escolha preferencial poderia ser entendida até pela consideração dos que não foram escolhidas desde a fundação do mundo "cujos nomes não estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo" (Apoc 17:8).

† Há uma razão, menos que a preferência ou discriminação de Deus, que causou o Evangelho de Cristo de ir eventualmente para Europa em vez de ir para Ásia (Atos 16:6-10)? Porventura os de Europa tinham naturalmente mais fé do que os da Ásia?

† Alguns dos anjos, de todos os que foram criados, foram elegidos para não cair (I Tim 5:21; Judas 6). Porque essa discriminação?

† Existe salvação para o homem pecador mas não para os anjos que caíram. O homem é um ser menor do que os anjos (Heb 2:6,7), e sendo assim, logicamente teria menos preferencia. Mas, é evidente que uma distinção foi feita soberanamente entre todos os seres criados que pecaram e ela foi feita para o bem do homem.

Como temos examinados pelos casos citados, essa distinção é puramente pela determinação divina e não pelo valor que qualquer um dos escolhidos tinham, ou teriam. Nenhum dos homens, naturalmente, tinha entendimento ou buscaram a Deus primeiramente (Sal 14:2,3). A escolha particular de uns sobre outros, entre os quais nenhum merecia uma discriminação favorável, revela que a eleição é particular, preferencial e graciosa. Pode ser que seja difícil para a mente humana entender por completo esse fato, mas a dificuldade para o homem o entender não determina que o fato seja menos um característico de Deus ou uma verdade menos revelada pela Palavra de Deus. Não seriamos os primeiros que duvidaram da retidão dessa escolha de Deus (I Sam 16:6,7). Somente devemos ter o cuidado de não julgar Deus de injustiça (Rom. 9:14). Finalmente, é necessário que a lógica do homem submete-se à soberania de Deus e deixa ele fazer o que Ele quer com o que é dEle (Mat. 20:15, 16).

Examinando os exemplos das escolhas preferenciais pela Bíblia podemos entender melhor as verdades sobre a causa da salvação anteriormente abordadas neste estudo. Pela natureza da eleição originando-se principalmente de Deus percebemos o que estudamos em primeiro lugar: Deus é a primeira causa da salvação. Pela natureza da eleição, uma doutrina bíblica, sendo pessoal e individual, podemos ter uma idéia clara da presciência de Deus pois a eleição é baseada em quem Ele conhece e não nas ações do pecador. Pela natureza da eleição sendo particular e preferencial podemos compreender a causa da salvação sendo pela soberania de Deus pois ninguém merecia ser preferido à salvação.

A eleição é: Graciosa

A natureza da eleição que Deus faz é também descrita biblicamente como sendo graciosa. A definição da palavra graça em português é: 1. Favor dispensado ou recebido; mercê, benefício, dádiva. 2. Benevolência, estima, boa vontade (Dicionário Aurélio Eletrônico). Em grego, a palavra ‘graça’ significa: a influência divina no coração e a sua evidência na vida (#5485, Strongs). Não é novidade que os ‘evangélicos’ crêem que a salvação é pela graça. Muitas pessoas que freqüentam igrejas ‘evangélicas’ podem citar Efésios 2:8,9 que diz: "Porque pela graça sois salvos, por meio de fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie." Todavia, é novidade para muitos que a própria eleição para a salvação, aquela ação de Deus que precede a própria escolha do homem no processo de salvação, também é pela graça. Muitas pensem que Deus foi influenciado na sua escolha por algo que o homem fez, faz ou faria. A verdade é que a eleição para a salvação não é baseada em nenhuma obra boa prevista do homem (pois no homem não habita bem algum, Rom. 7:18; Sal 14:1,2; Rom 3:23). A escolha de Deus do pecador para a salvação é somente pelo favor desmerecido e imerecido de Deus. Deus olhou pelos séculos sobre todos os condenados, e, em amor e graça, entre todos que não procuravam Ele, colocou a sua influência divina em alguns (João 15:16; I João 4:19, "Nós O amamos a Ele porque Ele nos amou primeiro.") Deus não viu nada naturalmente mais atrativo ou bom nos que Ele escolheu do que nos que Ele não escolheu. Verificando o testemunho dos salvos pela Bíblia, ninguém louva a sua própria fé, sua decisão inicial para Cristo, sua oração eficaz, sua intenção espiritual ou outra obra humana ou espiritual. O testemunho bíblico diz como Paulo, "Mas pela graça sou o que sou" (I Cor 15:10). Se a eleição fosse baseada na mínima ação que o homem fez, faz ou faria, a eleição não podia ser determinada uma "eleição da graça" (Rom. 11:5) mas uma eleição "segundo a dívida" (Rom. 4:4).

A eleição é: Justa

A natureza da eleição que Deus faz é descrita biblicamente como sendo justa. O apóstolo Paulo declarou, pela inspiração divina, que a eleição não é injusta (Rom. 9:14). A eleição é entendida como sendo justa em que Deus não deve nenhuma ação positiva ao homem nenhum. Uns querem dar o entender que Deus, no mínimo, deve uma ‘chance’ para todos os homens. Todavia, quando considera a condição terrível do homem pecador, uma ‘chance’ não é que o homem pecador precisa. Ele precisa uma ação positiva, regeneradora e graciosa na parte de Deus para ser salvo. Uma ‘chance’, sem a plena capacidade em conjunto, em nada ajudaria os que são mortos em pecados. É pela eleição, sem nenhuma obrigação pesando sobre Deus para que Ele escolhesse quem Ele quer influenciar com a Sua operação regeneradora. Deus dá vida (não uma ‘chance’). A salvação vem pelos meios divinos para com estes que Ele escolheu para que tenham a salvação. E quem está reclamando disso (Rom. 9:19)? Deve ser considerado também que Deus tem direito e não uma obrigação para com os homens. Deus é o Criador, o homem é a criatura (Gên. 1:27; 2:7). Deus é tido como o oleiro e o homem como o barro (Rom. 9:21-24). Se Deus usa o Seu direito de fazer o que Ele quer segundo o beneplácito da sua boa vontade, e escolha alguns para conhecer as riquezas da Sua gloria, entre todos que somente mereciam a Sua ira, quem podia achar injustiça nisso?

A Eleição e a Proibição de Fazer Acepção de Pessoas

Uma das dificuldades em entender a eleição são as numerosas (no mínimo 17) citações pela Bíblia que toca no assunto que Deus não faz acepção de pessoas e/ou as instruções que nós não devemos fazer acepção de pessoas (Lev 19:15; Deut. 1:17; 10:17; 16:19; II Crôn 19:7; Jó 34:19; Prov. 24:23; 28:21; Mat 22:16; Atos 10:34; Rom. 2:11; Gal 2:6; Efés. 6:9; Col. 3:25; Tiago 2:1, 9; I Pedro 1:17). Uma escolha diferenciada claramente mostra uma preferência mas também é clara a verdade bíblica: “Ter respeito a pessoas no julgamento não é bom” (Prov. 24:23). Mas é verdade tão bíblica que uma escolha pessoal, individual, particular ou preferencial, em misericórdia e graça, não fere na mínima maneira a verdade que Deus não faz acepção de pessoas. Não há nenhuma ofensa a este princípio de justiça pois a acepção de pessoas refere-se não ao exercício de misericórdia e amor mas, ao exercício do julgamento e dando o que é justo. A eleição não é, de jeito nenhum, o exercício da justiça ou do julgamento de Deus. A eleição é o exercício do amor e da graça de Deus (Deut. 7:7; Jer 31:3). A frase “porque não há no SENHOR nosso Deus iniqüidade nem acepção de pessoas” (II Crôn 19:7) é referente ao desempenho de julgamento e não refere-se à aplicação preferencial do Seu amor e graça. A ordem de não fazer acepção de pessoas é muitas vezes o conselho dado como aviso importante aos juízes de Israel para que julguem com consciência e honestidade (Deut. 1:17; 16:19; II Crôn. 19:7). As referências bíblicas que falam que não há aceitação de pessoas com Deus associam-se, na sua plena maioridade, com o assunto de julgamento (por exemplo: Lev. 19:15; Rom 2:10-12; Efés. 6:9; Col. 3:25 e I Pedro 1:17). Existem poucas referências que mencionam “aceitação de pessoas” em ambiente outro do que de julgamento (Atos 10:34; Tiago 2:1,9). Essas passagens ensinem que não devemos fazer distinção entre todos os que igualmente merecem um tratamento positivo. Não devemos praticar uma preferência entre quem devemos entregar a mensagem de Cristo (Atos 10:34), nem devemos preferir uma pessoa sobre um outra quando todas merecem igualmente do bem (Tiago 2:1). É verdade bíblica, que no julgamento divino, não há nenhuma aceitação de pessoas, pois cada uma será julgada segundo as suas obras (Ecl. 12:14; Apoc 20:13). Mas, na misericórdia, da qual boa ação ninguém tem direito ou merecimento, uma distinção de pessoas pode existir e existe. Ninguém merece uma distinção positiva mas todos merecem um julgamento justa pelos pecados que tem feito. Entre os salvos esse julgamento justo dos seus pecados se faz pela pessoa e obra de Cristo. Os não-salvos conhecerão o julgamento divino e justo no lago de fogo. A eleição não é uma escolha divina entre os bons e maus mas uma escolha entre todos que são maus, ninguém buscando a Deus (Rom. 3:10-18). Quem recebe a misericórdia são os que Deus, soberanamente e segundo o beneplácito da Sua vontade, escolheu. Nos exemplos bíblicos, quem já reclamou disso?

Vale uma repetição pois uma dúvida qual insiste em vir à tona, quando a eleição é ensinada, é que Deus é injusta em fazer uma distinção entre pessoas. É geralmente pensado que todas são merecedoras da atenção positiva de Deus. A dúvida é eliminada quando é entendida que, entre os pecadores, não há ninguém que merece qualquer atenção favorável de Deus (Isa 59:1,2; Rom. 3:10-23). É claro que todos os pecadores necessitam a misericórdia divina, mas também deve ser claro, há ninguém que merecê-la. Se, como alguns querem supor, entre todas as pessoas que mereciam uma atenção positiva, ou entre todas que clamavam em arrependimento e a fé pela salvação, fosse dada uma distinção preferencial, assim séria uma terrível injustiça na parte de Deus. Mas, quando todas são verdadeiramente inimigas e rebeldes (Rom. 8:6-8) e condenadas (João 3:19), e ninguém está buscando a Deus (Sal 14:1,2), a misericórdia pode ser estendida a uma singular e particularmente sem a mínima injustiça. Resumindo: entre pessoas com merecimentos iguais, uma distinção preferencial séria injusta. Todavia, a eleição foi feita entre pessoas sem quaisquer merecimentos. Veja: Tiago 2:13.

Deve ser mencionado o fato de Deus fazer uma escolha qualquer entre os pecadores não faz os pecadores não escolhidos mais ímpios. A eleição também não faz os pecadores não elegidos mais condenados. Ninguém é condenado pelo fato de não ser escolhido. A condenação é dado por causa do homem pecar (Gên. 2:17; 3:6; Ezequiel 18:20; Rom. 6:23). Os pecadores não são culpáveis por não serem escolhidos mas por não obedecerem os mandamentos de Deus (I João 3:4). É o pecado, e não a eleição, que condena. A escolha que Deus faz, somente opera que uns pecadores são salvos, ou seja, que alguns tenham o fim justo dos seus pecados colocado em Cristo. Todo o pecador tem a responsabilidade de se arrepender dos pecados e crer no Filho de Deus, o Jesus Cristo, para ter a remissão dos pecados. Deus fará a Sua obra da salvação nos que O buscam com todo o coração (Isa 55:6,7). Então a mensagem é: Busque o misericordioso Deus pelo Salvador enquanto é dia!

O Tempo da Eleição

Quando é que Deus decidiu exatamente quem receberia a Sua influência graciosa que não era segundo a capacidade nem à ação do pecador? Não obstante no que as pessoas podem descordar com o que já foi estudado até neste ponto, nisso quase todos são unanimes: a eleição foi determinada na eternidade passada, sim, até "antes da fundação do mundo" (Efés. 1:4)

Queremos entender que a ordenação a crer ou, o propósito divino para os elegidos a serem salvos, veio antes de nós termos a possibilidade de conhecer a Deus (Isa 45:5), antes da chamada à salvação (Rom. 8:29,30), antes da própria fé (Atos 13:48; João 10:16) e bem antes dos elegidos serem nascidos e antes que fizeram bem ou mal (Rom. 9:11). As Escrituras Divinas são claras que a eleição é desde a eternidade.

A imutabilidade de Deus é tocada neste assunto, pois Deus faz tudo segundo o Seu propósito (Rom. 9:11; II Tim 1:9) que é segundo a Sua vontade (Efés. 1:11) quais são integramente parte dos atributos eternos de Deus. Deus nunca pode ter um novo plano ou propósito (Atos 15:18, "Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras"; Efés. 3:11, "eterno propósito"). Se fosse possível Deus ter um plano novo, este séria para melhorar aquele que veio antes, ou séria inferior ao que veio primeiro. Mas Deus é perfeito (Núm. 23:19; II Cor 5:21, "não conheceu pecado"), eterno (Deut. 33:27; Sal 90:2, "... de eternidade a eternidade, tu és Deus."), soberano (Isa 46:10; Efés. 1:11, "faz todas as coisas segundo a Sua vontade") e é imutável (Mal 3:6, "Porque eu, o SENHOR, não mudo"; I Tim 1:17, "Rei dos séculos"; Tiago 1:17, "não há mudança nem sombra de variação"). "Conseqüentemente, quando Deus salva um homem, Ele deve sempre intencionado e propositado a salvá-lo" (Simmons, p. 221, português).

Uma observação: A eleição é da eternidade, mas a salvação da alma está feita em tempo (II Tim 1:9,10). A eleição não é salvação, mas para a salvação. Fomos elegidos "desde o principio para a salvação" (II Tess 2:13). Pela operação do Espírito Santo no coração o elegido é trazido a ter fé na verdade que é declarada pela pregação em tempo oportuno (II Tess 2:14; Tiago 1:18). Antes que o elegido foi salvo, ele era entre os mortos em pecados pois estava sem a salvação (Efés. 2:1-3) mesmo sendo elegido. Aquele que foi escolhido na eternidade por Deus soberanamente será propositadamente operado pela Espírito Santo para agir com fé segundo a responsabilidade do homem em tempo em resposta à Palavra de Deus (Atos 18:10; Rom. 10:13-17; João 15:16; Efés. 2:10).

A Base da Eleição - O Amor de Deus

Para os salvos, é uma benção tremenda saber que mesmo que amaram o Senhor Deus por Cristo em tempo, o eterno Deus os amou na eternidade. Esse amor eterno também é um estímulo para os que ainda não são salvos. Estes são animados ao procurarem esse grande amor e misericórdia que ultrapassa a impiedade dos seus pecados (Rom. 5:20, "onde o pecado abundou, superabundou a graça"; Mat. 11:28; Isa 55:7).

À nação de Israel, Deus empregou o seu amor eterno para a estimular à obediência. Ele a mandou a observar ordens grandes e corajosas. O que devia motivar a sua obediência era o amor eterno e divino visto pela eleição (Deut. 7:7,8, "O SENHOR não tomou prazer em vós, nem vos escolheu porque a vossa multidão era mais do que a todos os outros povos ... mas, porque o SENHOR vos amava ..."). Nisto entendemos que o amor estimulou a eleição. O profeta Jeremias nos lembra desse amor eterno qual é a base da operação de Deus quando diz: "Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí" (Jer 31:3). Foi dito que Jacó foi escolhido "para que o propósito de Deus segundo a eleição, ficasse firme" e nessa condição de elegido, é dito: "Amei (observe que o verbo está no tempo passado) a Jacó" (Rom. 9:11,13; Malaquias 1:2).

O elegido reage ao amor de Deus e não Deus reagindo ao amor do elegido. O salvo tem um relacionamento amoroso com Deus justamente por causa do amor de Deus que agiu primeiro. Por isso o apóstolo João declara: "Nós O amamos a ele porque ele nos amou primeiro." (I João 4:19).

Muitas vezes o verbo "conhecer" é usado pelas Sagradas Escrituras para mostrar um relacionamento íntimo de amor. O marido ‘conhece’ a sua esposa (Gên. 4:17), os sodomitas ‘conhecem’ um ao outro (Gên. 19:5-8) e Deus ‘conhece’ o seu povo (Amos 3:2) que é chamado também pelo nome: "minhas ovelhas" (João 10:14). Se o homem não for ‘conhecido’ por Deus nessa maneira íntima amorosa, esse não deve ter nenhuma esperança de gozar a presença eterna divina pela eternidade (Mat. 7:23). Em verdade, se alguém tem uma posição salvadora com Deus é por que Deus o amou, ou, o conheceu primeiro (I Cor 8:3). O amor de Deus para o pecador vem antes da predestinação, ou a eleição, pois a ordem bíblica é: conhecer (em amor), a predestinação, a chamada à salvação, a justificação, e por último, a glorificação (Rom. 8:29,30).

Pelo amor eterno de Deus podemos entender que o Seu amor é maior dos nossos pecados, fraquezas, tolices e desobediências. A Sua eleição é baseada no Seu amor somente. A eleição não é baseada, de maneira nenhuma, nas ações passadas, presentes ou futuras de qualquer homem. As pessoas são finitas e, em tempo, venham a conhecer o Senhor Deus, mas a misericórdia e o amor de Deus sobre estes que eventualmente O temem é "desde a eternidade e até a eternidade" (Sal 103:17). Antes de o elegido existir como um ser humano, e, antes de ser temente a Deus, sim, quando ainda era morto em ofensas e pecados, o amor de Deus era "desde a eternidade" passada, para com o seu povo e ficará sobre estes "até a eternidade" (Efés. 2:1-5).

Por tudo depender no amor de Deus, a nossa eleição não é a única benção assegurada. A salvação eterna também é garantida. A obra que o Seu amor começou, o Seu poder em amor completará (Fil. 1:6; Rom. 8:35-39). Veremos mais deste ponto no último ponto dessas lições, ou seja, O Efeito Prático da Salvação.

Existe outro atributo de Deus, além do Seu amor, para estimular-nos a morrermos às nossas conveniências e lógicas para O amarmos mais perfeitamente em obediência (II Cor 5:13-17)? Existe outro atributo de Deus, senão "as riquezas da Sua benignidade, e paciência e longanimidade" (Rom. 2:4) que poderia levar o descrente ao arrependimento verdadeiro? Que o descrente venha a Cristo confiando pela fé nesse amor de Deus visto tão claramente em Cristo é o nosso ardente desejo. E que o Cristão santifique-se a Cristo mais e mais!

Os Reprovados (Os não elegidos)

É puramente natural pensar das pessoas que não foram eleitas quanto ao estudo da eleição. Por Deus fazer o ímpio para o dia do mal (Prov. 16:4) e odiar Esaú para que o propósito de Deus ficasse firme (Rom 9:11-13); por Deus poder, na Sua soberania, ativamente fazer um vaso para honra e outro para desonra (Rom 9:21) e por isso ser algo que Ele realmente fez (Rom 9:13); por Deus endurecer os que não foram elegidos (Rom 11:7) e destinar alguns para a ira (I Tess. 5:9) e para tropeçar na palavra (I Pedro 2:8); por Deus ocultar informações de alguns (Mat. 11:25,26) e por fazer alguns para serem presos e mortos para perecerem na sua corrupção (II Pedro 2:12), e, por existir alguns que antes eram escritos para o juízo (Judas 4) cujos nomes não estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo (Apoc 13:8; 17:8) é claro que haja uma determinação eterna na parte de Deus para que alguns nunca conheçam a Sua graça salvadora.

A Definição

Essa determinação, para fazer que alguns não sejam eleitos, e chamada na teologia, a reprovação. A doutrina de reprovação é citada por um teólogo como sendo: o decreto eterno, soberano, incondicional, imutável, sábio, santo e misterioso pelo qual Deus, por eleger alguns à vida eterna, deixa de escolher outros e condena estes de maneira justa, pelos seus pecados - para Sua própria glória (Edwin Palmer, citado por Tom Ross, p. 85).

Exemplo

Faraó é um exemplo dessa determinação prévia de Deus para que uma pessoa seja um objeto da sua ira. Antes de Faraó ser nascido, já era determinada as suas ações para com Israel (Gên. 15:13,14). Em tempo, foi declarado para Faraó que ele foi mantido para mostrar o poder de Deus nele e por ele o nome de Deus seria anunciado em toda a terra (Êx. 9:15,16; Rom 9:15-18). Sabendo tudo disso, Faraó continuou no seu caminho ímpio. No julgamento pela sua impiedade, Faraó declarou-se pecador e Deus justo (Êx. 9:27). Na conclusão da libertação do povo de Deus, com Moisés testemunhando toda a operação de Deus tanto no endurecer o coração de Faraó quanto o seu julgamento, afirmou a santidade de Deus e que Ele é admirável em louvores (Êx. 15:11). Este cântico de Moisés será repetido no céu pelos que tenham sabedoria numa hora da ira de Deus ser consumada (Apoc 15:1-4).

Conclusão

Pelo exemplo de Faraó podemos entender que a soberania de Deus atinge as obras contrárias da justiça divina. Entendemos, pelo homem ser responsável a honrar Deus em tudo, o homem é ímpio e julgado justamente por Deus. Podemos concluir, depois de estudar o exemplo de Faraó, que Deus não causou o pecado de Faraó. O pecado, rebelião e a inimizade contra Deus veio do coração do Faraó.

Não podemos entender tudo sobre a graça e a reprovação, mas, na realização de diferenças feitas entre os homens (I Cor 4:7), todas delas sendo segundo a vontade de Deus, podemos concluir como Jesus declarou: "Sim, o Pai, porque assim te aprouve." (Mat. 11:26).

Nunca entenderemos todos os pensamentos de Deus (Sal 147:5; Isa 55:8,9), mas, podemos entender, nos assuntos da eleição e da reprovação, que quem é soberano, é Deus. Ele pode agir com o que é Dele como Ele quer (Dan 4:34,35; Efés 1:11; Rom 11:36) para Sua própria glória.

Apelo

É uma coisa horrenda cair nas mãos de um Deus vivo (Heb 10:31). Cristo foi dado para a salvação de todo aquele que é cansado e oprimido pelos seus pecados. A verdade repetida pela Palavra de Deus é: os em Cristo têm vida eterna com Deus. Pecador, venha arrependendo-se dos pecados crendo em Cristo de coração. Conheça a misericórdia de Deus por Jesus Cristo. Senão, conhecerá a sua justiça na ira eterna (Mat. 11:28-30; João 3:16-19, 36).

A Imutabilidade de Deus Considerada

Se tudo é conforme o propósito de Deus, tanto o agradável quanto o desagradável, a condenação de pecadores não arrependidos é segundo este propósito também (Ecl. 3:1; Efés. 1:11; Isa 46:10). Se o propósito é eterno para a salvação, também o é para a condenação. Deus não muda os seus propósitos em reação às decisões do homem pois Deus não muda (Mal 3:6; I Tim 1:17; Hebreus 13:5; 6:17; Tiago 1:17) e os seus propósitos são eternos (Isa 14:24; Efés. 3:11; II Tim 1:9). Tanto no homem que finda no céu quanto no homem que finda no inferno, o propósito eterno de Deus é feito (Josué 11:18-20; Isa 46:10). Se é justo para Deus fazer algo em tempo, também é justo para Ele fazer o mesmo na eternidade.

Deus é o Autor do Pecado?

Por Deus fazer o ímpio para o dia do mal (Prov. 16:4), não quer julgar Deus o autor da impiedade do homem, ou o responsável pela sua condenação pecaminosa e nem a causa do homem pecador ir ao inferno. O homem pecou por querer (Gên. 3:6; Ecl. 7:29) e, a condenação vem pela desobediência (Ezequiel 18:20; Rom 6:23l 9:20-33; João 3:19). O homem é o único responsável judicialmente pelo resultado da sua ação pecaminosa. Sem dúvida, o decreto eterno de Deus inclui a queda do homem no pecado mas não foi o decreto eterno que causou a queda. Os homens ímpios que crucificaram Cristo fizeram tudo que Deus já anteriormente determinou que devesse ser feito, mas estes homens foram culpados pelas suas ações (Atos 4:25-28). Não foi Deus culpado pela Sua determinação previa. Deus não julga o homem conforme a capacidade do homem, mas segundo a sua responsabilidade (Tiago 4:17). Deus não condena o homem por uma determinação prévia, mas, pelas obras pecaminosas do homem que são feitas em tempo (Ecl. 12:14; Apoc 20:13). É verdade que o homem não tem capacidade de não pecar, mas, sem a menor dúvida, ele tem a responsabilidade de não pecar (Gên. 2:17; Êx. 20, a Lei de Moisés; Mar 12:29-31). Uma vez que o homem pecou, Deus é justo em condená-lo eternamente segundo a Sua justiça.

O Proveito em Estudar e Pregar a Eleição

O estudo da eleição dá a devida glória a Deus. No homem natural, sem a graça de Deus, não habita bem algum (Rom. 7:18) e não pode fazer nenhuma coisa boa que agrada a Deus (Rom. 8:8) sendo que a inclinação da carne é apenas morte (Rom. 8:7). O desejo do homem natural não busca Deus (Rom. 3:11) e a sua mente não entenda as coisas de Deus (I Cor 2:14). Tudo que Deus requer para a salvação, o arrependimento e a fé, não vêm do homem, mas de Deus (João 1:12,13; 6:29, 44; Atos 16:14; Efés. 2:8,9). A eleição incondicional, pessoal, particular e preferencial atribua a Deus, e somente a Deus, toda e qualquer obra boa que o homem faz para agradar a Deus. Tanto a santificação do Espírito quanto a fé da verdade é atribuída a Deus (Efés. 2:8,9) e, por isso, somos incentivados pela Palavra de Deus de dar graças a Deus por Deus eleger os seus para a salvação (II Tess 2:13). Devemos observar nesse ponto que na salvação, o homem tem uma responsabilidade de escolher ao arrependimento e a fé, mas o nosso estudo não é nesta hora a responsabilidade do homem mas a eleição divina. Na salvação, o homem tem uma responsabilidade que exercita em resposta à operação divina, mas na eleição, apenas Deus opera.

O estudo da eleição convém por ser revelada na Palavra de Deus. Toda a Escritura é inspirada e portanto, é proveitosa (II Tim 3:16). Os ministrastes de Deus, que querem ter uma boa consciência, têm responsabilidade de "anunciar todo o conselho de Deus" (Atos 20:27). Se a eleição existe na Bíblia é porque ela é proveitosa e, sendo parte do cânon, deve ser anunciada. Há assuntos que não são revelados a nós, e estes assuntos não são para nós anunciar ou estudar, mas, os que são revelados, como é o caso da eleição, são tanto para nós quanto para nossos filhos (Deut 29:29).

O estudo da eleição prioriza a fé sobre o raciocínio do homem. É uma verdade que a eleição não é entendida facilmente. Se não estudássemos os assuntos da eleição por serem difíceis de entender, mostraríamos uma falta de fé na inspiração das Escrituras e uma confiança maior no raciocínio do homem. Quando consideramos mais a lógica do homem do que as declarações divinamente inspiradas, duvidamos que elas são proveitosas para o ensino, a correção e o aperfeiçoamento dos servos de Deus. O deixar de crer no que a Bíblia claramente revela por não seguir a sua lógica, séria de dar primazia à lógica do homem e não à fé. A fé não se manifesta naquilo que se pode racionalizar mas naquilo que se entenda apenas por ser revelado pela própria Palavra de Deus (Heb 11:1, 6). Deus não pede que entendemos tudo que é revelada pelas Sagradas Escrituras, mas espera que os que querem O agradar, crêem naquilo que Ele revela, pela fé.

O estudo e a proclamação das doutrinas da eleição faz parte da adoração verdadeira. A adoração que Deus aceita é aquela que é segundo o Seu Espírito e a Sua verdade declarada. Deus já se expressou qual a maneira que convém adorar Ele. É em espírito e em verdade (João 4:24). O próprio coração do homem natural não imana verdade mas somente a perversidade e o engano (Jer 17:9; Mat. 15:11, 18-20), mas a verdade é de Deus pois é Cristo (João 14:6) e é ministrada pelo Espírito Santo (João 16:13; I Cor 2:14-16). Se a verdade importa na adoração verdadeira, e se a verdade vem de Deus, o estudo da eleição só pode agradar a Deus pois é a declaração da verdade. O estudo da eleição é aceita por Ele como aquela adoração que Lhe convém. Se as verdades da eleição forem ignoradas e não estudadas, a adoração a Deus pela declaração da verdade será comprometida. Verdadeiramente, pela eleição, um grau imenso do amor de Deus, da Sua misericórdia, da Sua justiça e dos Seus atributos santos é entendido, e, esse entendimento agrada a Deus.

O estudo das doutrinas da eleição promove crescimento espiritual. A obra do ministrante que é chamada para anunciar todo o conselho de Deus pela Palavra de Deus, quando exercitado corretamente, promove conforto na alma, edificação em espírito e conformidade à imagem de Cristo (Efés. 4:11-16; I Tim 4:14-16). O que destrua, desestabiliza ou engana alguém não é por ensinar a verdade, mas pela falta do ensina dela. Jamais aquela que instrua, reprova, corrija e doutrina seria para a destruição de qualquer membro na igreja. Os rudimentos básicos das doutrina bíblica é o leite racional que promove crescimento (I Pedro 2:2). A doutrina mais avançada, que inclui a doutrina da eleição, é mantimento sólido que faz os sentidos, nos que por ela é exercitada, a crescerem para o discernimento tanto o bem como o mal. (Heb 4:11-14).

O estudo da eleição produz evangelismo bíblico. Nem todos que dizem: "Senhor, Senhor" agradam o Senhor Deus mas somente os que fazem a vontade do Pai (Mat. 7:21). Nem tudo que pode encher uma igreja ou arrumar seguidores é de Deus (Atos 5:35-37; II Tim 4:3,4). A eleição direciona e impulsiona os ânimos evangelizadores ao uso dos meios bíblicos, quais são a pregação de Cristo (Rom. 10:17; II Tess 2:13,14) e a oração zelosa (Tiago 5:16; II Tim 2:1-10). Um entendimento da operação de Deus pela eleição faz que o evangelista não se contenta naquele que é meramente visível mas naquele crescimento que vem somente de Deus (I Cor 3:6,7). A pregação bíblica inclui a eleição (Mat. 11:25,26; João 6:37, 44, 65; 10:26) e é uma boa mensagem pois destrua qualquer esperança que o pecador possa ter em si mesmo ou numa obra humana ou religiosa. Pela pregação da eleição o pecador é incentivado a clamar ao Deus soberano para ter misericórdia na face de Jesus Cristo (Rom. 2:4; Isa 55:6,7). Esta é evangelização bíblica (I Cor 2:1-5).

7. O Preço Pago na Salvação

Se Deus, na eternidade, escolheu homens em particular para os salvar, os pecados destes devem ser pagos. É lógico que o assunto do preço pago na salvação siga o assunto da escolha que Deus fez na salvação.

A postura que devemos ter em relação os pontos que seguem deve ser a mesmo que temos neste estudo inteiro. Não devemos esperar de entender o que a Bíblia ensina nessa área doutrinária dependendo somente na lógica humana. A lógica do homem é bem inferior aos princípios divinos (Prov. 14:12; Isa. 55:8; Rom. 11:33; I Cor. 1:19-25). Se esperarmos entender algo da Palavra de Deus devemos exercitar a mente de Cristo que o crente tem (I Cor. 1:18; 2:14-16; Heb 5:14). Devemos exercitar a fé pois somente por ela podemos aceitar o que a Bíblia ensina (Rom. 1:17; Heb 11:1,6). Também qualquer tentativa de explicar o mistério do preço pago exclusivamente com lógica humana seria fútil e igual de virar da luz às trevas.

Convém enfatizar novamente o primeiro ponto deste estudo: o desígnio da salvação, em todas as suas partes, é a glória de Deus na face de Jesus Cristo. Mesmo que os assuntos abordados neste parte do assunto afeitam o homem em várias maneiras, o preço pago não foi em benefício primário ao homem mas para Cristo fazer a vontade do Pai e assim receber a glória (João 6:38,39).

Convém termos um temor adicional nesta parte do estudo pois estamos abordando um assunto que excede qualquer outra obra que pode ter no céu ou na terra. Múltiplas profecias de Gên. 3:15 a Malaquias 4:6 tratam repetidas vezes Aquele que viria pagar o preço do pecado. Por ter tanta ênfase pela profecia pelo Velho Testamento, uma atenção deve ser dada. Não foi somente no Velho Testamento que a atenção sobremaneira foi dada mas no Novo Testamento também. Pelo Novo Testamento sinais indiscutíveis foram apresentados na conceição (Luc 1:30-35), no nascimento (Luc 2:8-14), durante o crescimento (Luc 2:46-52), e durante o ministério público deste Cristo que pagou o preço (Luc 4:17-21). Também foram sinais abundantes na Sua morte (Luc 23:44-47; Mat. 27:50-55), na Sua ressurreição (Luc 24:1-7; I Cor. 15:4-8), na ocasião da Sua ascensão (Atos 1:9-11), pelo Seu ministério agora com o Pai (Heb 7:25), e pelos ministrantes Teus na terra que pregam a Sua mensagem (Mar. 16:16,17). Nenhuma outra pessoa ou ser tem tanto destaque quanto aquela atenção dada pela Palavra de Deus a pessoa e a obra de Jesus Cristo. Por isso devemos ter um cuidado extra quando entramos neste assunto. Quando estudamos o preço pago estamos examinando a obra dAquele sobre Quem foi estabelecida a Sua igreja (Mat. 16:18), Aquele que tem todo o poder no céu e na terra (Mat. 28:18), que aniquilou quem tinha o império da morte (Heb 2:14) e tem as chaves da morte e do inferno (Apoc 1:18). Por isso devemos dar a dignidade merecida a este assunto. Não existe outro tema como o tema deste estudo pois é a mensagem única para ser anunciada pelos séculos (Mat. 28:19,20; I Cor. 2:1-5) e é aquela eternamente declarada nas alturas (Apoc 5:12). Por ter superioridade de tal medida sobre qualquer outra matéria convém que tenhamos o temor de Deus em consideração neste estudo do preço pago na salvação.

No decorrer deste estudo definiremos a causa do preço a ser pago (o pecado), exaltaremos quem pagou o preço necessário (Cristo) e entenderemos por quem o preço foi pago (os eleitos).

A Causa de o Preço Ser Pago

É necessário entender o que necessitou um preço a ser pago na salvação. Menos entendido o que necessitou o preço a ser pago, menos valor será dado a Quem pagou o preço. É importantíssimo entender o que provocou que convinha (próprio e útil - Luc 24:26) o Filho de Deus "a entristecer-se e angustiar-se muito" (Mat. 26:37); ter as suas costas feridas, os cabelos da sua face arrancado e para Ele receber a afronta e cuspo dos atormentadores (Isa. 50:6). A beleza do preço pago é vista somente quando é examinado por perto aquilo que fez que fosse importante (um dever - João 3:14,15) o Santo e Eterno Deus Pai ferir, oprimir, moer e desamparar o Seu Único e Amado filho (Salmos 22:1; Mat. 27:46; Zacarias 13:7; Isa. 53:4,5). Somente percebendo a razão do desprezo constante dos pagãos, religiosos (Isa. 53:1-3), das aflições e inimizade de Satanás (Gên. 3:15; Mat. 4:1-11) podemos admirar o preço que foi pago. Pode ser que algo diferente do que o sacrifício tão cruel do Filho de Deus fosse possível a Deus ("todas as coisas te são possíveis", Mar 14:36), mas nada menos do que a completa humilhação e a afronta da morte maldita na cruz pudera satisfazer o que era proposto pela vontade de Deus (Heb 12:2; Mar 14:36).

A opinião do homem sobre o preço que precisa ser pago pelo pecado é mínima. O preço necessário a ser pago é comparado, ao homem, a uma fonte doce na qual ele pode beber quando precisa refrescar-se do tormento que o pecado provoca à sua consciência (Gên. 3:11-13; 4:9; Rom 2:14). Ele medita um pouco do mal que fez, e ele determina um ato, pensamento ou uma intenção mínima de retribuição para apaziguar a sua consciência. Para o homem, aquilo que causou o preço a ser pago na salvação foi apenas uma fraqueza moral que foi herdada de Adão. É um mal que pode ser resolvido facilmente por um jeito esperto agora ou no fim da vida. Infelizmente a opinião do homem do preço necessário a ser pago pelo pecado não é a mesma daquele que julga o pecado segundo as suas obras (Apoc. 21:13).

O que é pecado e o que é que causou um preço a ser pago por ele é entendido pelas descrições claras do pecado que a Bíblia fornece. Na Bíblia o pecado é descrito como sendo nenhuma justiça ou bem (Sal 14:1-3; 53:1-3; Rom 3:10-18); toda a imundícia e superfluidade de malícia (Tiago 1:21). O pecado é descrito como um recém nascido abandonado na sua imundícia (Ezequiel 16:4,6); um corpo morto (Rom 7:24), um enfermo com doenças abertas e imundas (Isa. 1:5,6), a gangrena (II Tim 2:17) e um sepulcro aberto (Rom 3:13). O desprezo de Deus pelo pecado é compreendido em que a Bíblia descreve-o como tendo nenhuma verdade nele (João 8:44), sendo comparado ao vomito de cães e à lama dos porcos (II Pedro 2:22) e até ao pano imundo de uma mulher menstruada (Isa. 30:22; Lam 1:17). A Bíblia abertamente diz que apenas o pensamento do tolo é pecado (Prov. 24:9) nos dando o entender que o pecado é tolice. A Bíblia revela que qualquer coisa sem a fé é pecado (Rom 14:23) nos ensinando que o pecado é o oposto da fé. A Bíblia ensina que o não fazer o bem que se sabe e deve fazer é pecado (Tiago 4:17) nos ensinando que a maldade do pecado é desobediência. Somos instruídos pela Palavra de Deus que o pecado é claramente descrito como sendo "iniquidade" (I João 3:4; 5:17) nos ensinado que o pecado é contra a lei de Deus. Para ninguém ter uma dúvida sobre este assunto, o Apóstolo João diz, pela inspiração do Espírito Santo, que quem peca "é do diabo" (I João 3:8) nos claramente convencendo que o pecado, em todas as suas considerações, é terrível, abominável e diabólico. Pelas descrições claras e marcantes da Palavra de Deus, entendemos bem o que causou um preço divino a ser pago para que a salvação fosse uma realidade.

O que é pecado e o que é que causou um preço a ser pago por ele pode ser melhor entendido pela observação dos frutos podres dele. Jesus disse: pelos frutos conhecerá a árvore pois "não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons" (Mat. 7:16,18). Tiago pergunta: "Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa?" e também, "pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos?" Na face da evidente clareza da lógica, Tiago resuma: "Assim tampouco pode uma fonte dar água salgada e doce?". (Tiago 3:11,12). Na face de tais verdades podemos examinar os frutos podres e as obras vergonhosas do pecado e, com isso, entender melhor a sua natureza e o tipo de preço que foi pago por ele. As obras do pecado estão listadas varias vezes pela Bíblia (Gal 5:19-21; Apoc 21:8, 27; 22:15) nos dando um entendimento da podridão do que é o pecado. Aquele ser que foi feito pela própria mão de Deus na Sua própria imagem (Gen. 1:27; 2:7), o superior de tudo que achava na terra (Heb 2:7,8) é agora, sendo um resultado do pecado, um adúltero e homicida (II Sam 11:4,17; 12:4,7) e aquilo que acha uma alegria entregar o Filho Unigênito de Deus por dinheiro (Zacarias 11:12; Mat. 26:15). O pecado trouxe este ser glorioso a ser uma vergonha (Prov. 14:34) e ter nenhum traço da glória de Deus (Isa 64:6; Rom 3:23, "destituídos estão da glória de Deus"). Aquela criação criada pela mão divina na imagem de Deus, que gozava da voz do SENHOR que passeava no jardim pela viração do dia (Gen. 3:8; Prov. 8:31), por causa de um só pecado (Gen. 3:6), tornou ser um inimigo abominável contra este mesmo benigno e poderoso Deus, chegando a negá-lO (Jó 21:14; Sal 10:4; 14:1; Prov. 1:25; Rom 1:21, 28) e se tornou impossibilitado a agradar Ele nem entender a Sua palavra (Rom 8:6-8; I Cor 2:14). Aquela criação nobre em cujo coração foi escrita a lei de Deus (Rom 2:14,15), agora, por causa do pecado, vive diante de Deus sem lei (Oséias 8:12; Rom 1:21, 28) fazendo somente o que se acha correto nos seus próprios olhos (Deut 12:8; Juízes 17:6; Prov. 21:2). O homem que o digno Deus fez na Sua própria imagem (Gen. 1:27) agora, pelo fruto do pecado, resiste o Espírito Santo (Atos 7:51; Rom 7:21-223; Gal 5:17), é contra a soberania de Deus (Rom 9:18-20; Apoc 16:21) e resiste a mensagem de Cristo (Deut 32:15; Prov. 1:25; Jer 32:33; Atos 7:54; 13:50) como resiste até o próprio Cristo (Sal 2:3; Mat. 27:20-26). Foi por causa de pecado que o homem que Deus fez reto e bom tornou a ser maldito e cheio de astúcias (Gen. 1:31; Ecl. 7:29). O homem, por ser criado por Deus, tem um dever de temer, honrar, obedecer e dar glória a Deus (Ecl. 12:13; Apoc 4:11) mas, agora, por causa do pecado, é servo de Satanás e da sua própria concupiscência (João 8:44; Rom 6:16; II Tim 2:26). Em vez de dar ao Criador toda a honra que lhe é divida, o homem pecador anda em auto-suficiência (Gên. 11:4; Daniel 4:30; I João 2:16, "soberba da vida"). Uma conseqüência do pecado em a criação de Deus feita para O dar glória é entendida pois agora essa criação anda em uma completa estupidez pois tal criação gloriosa de Deus ridiculize-se da mensagem da salvação (I Cor 1:23) e de tudo o que é santo (I Pedro 4:4). O efeito do pecado é visto em que aquilo que o Deus santo criou, mata os que eram santos (Atos 7:54; 9:1,2) e menospreza as misericórdias e benignidade divinas (Rom 2:4). O pecado trouxe o homem a desejar mais as trevas (João 3:19) a podridão e a imundícia (II Pedro 2:22, vômito e espojadouro de lama) do que a gloriosa luz. Foi o pecado que fez aquele que foi feito para gozar a presença de Deus com a vida eterna chegar a conhecer a morte e a separação de Deus (Gen. 2:17; 3:22,23; Rom 6:23) e causou que este homem tornasse uma afronta à santidade de Deus (Judas 14,15). O que é o pecado é claramente entendido quando os efeitos do pecado são examinados. Estes efeitos deploráveis do pecado não são reservados para alguns dos homens mas afeitam integralmente todos os homens do mundo todo (Rom 3:23; 5:12). Se pelos frutos a árvore é conhecida, pelas conseqüências que o pecado causou, a sua natureza abominável é entendida

O que é pecado e o que causou um preço a ser pago por ele pode ser entendido melhor pelo estudo do fim terrível do pecado. Aquilo que é contra a justiça e a santidade divina; aquilo que opera ativamente contra o onipotente Deus, pode apenas provocar o antagonismo do justo e poderoso Deus (Ezequiel 18:24). É esse fim que o pecado gera: a ira do eterno e santo Deus. Aquele que é o amigo do mundo tornou-se automaticamente o inimigo de Deus (Tiago 4:4). É esse o fim do pecado: a "inimizade contra Deus" (Rom 8:6). Aquele que resiste a justa autoridade de Deus será, sem misericórdia, reduzido a pó (Mat. 21:44; Luc 20:18). Esse "pó" é nada mais do que uma afrontosa morte aos maus (Mat. 21:41). Quando o pecado é consumado, a morte é gerada (Tiago 1:15). Não deve pegar ninguém de surpresa pois o resultado, ou fim, do pecado é conhecido desde o começo (Gen. 2:17, "no dia em que dela comeres, certamente morrerás."). A lei avisou do perigo do pecado (Lev 5:17, "E, se alguma pessoa pecar, e fizer, contra algum dos mandamentos do SENHOR ... será ela culpada, e levará a sua iniquidade;"; Tiago 2:10, "Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos."). Os profetas repetiram o aviso (Isa 3:10,11, "Ai do ímpio! Mal lhe irá; porque se lhe fará o que as suas mãos fizeram." ). O Novo Testamento não deixou o povo menos avisado (Rom 6:23, "Porque o salário do pecado é a morte"; I Cor 15:56, "o aguilhão da morte é o pecado"). Somente os que negam o que declara a Bíblia, a testemunha pela natureza (Rom 1:19,20) e da lei escrita no coração de todo homem (Rom 2:14,15) estão em dúvida ainda hoje sobre o que merece todo pecado. A verdade resumida é: "A alma que pecar, essa morrerá" (Ezequiel 18:20). O homem tem responsabilidade em agradar o seu criador, o Supremo Deus, o infinito (Ecl. 12:13). O pecado é contra este Deus. Deus é o eterno e infinito ser (Rom 11:33-36). Por ser contra tal Deus, a morte é mais do que uma cessação de existência. A morte, o fim do pecado, é uma eterna e infinita separação de Deus. O primeiro pecado, praticado por Satanás, resultou em separação imediata da benção de estar aceita na presença de Deus com alegria (Isa 14:11-15; Ezequiel 28:17). Essa separação continua até hoje e será para toda a eternidade. Quando o homem pecou pela primeira vez ele foi lançado fora do jardim onde ele gozava a presença contínua e abençoada de Deus (Gen. 3:8, 23). Quando a época da graça se finda, entendemos pelas Escrituras o eterno fim do pecado. Para todo pecador que não tem os pecados lavados pelo sangue de Cristo, o seu fim é: ser lançado fora da presença misericordiosa de Deus no lago de fogo (Apoc 20:12-15). Estes nunca poderão entrar na cidade celestial (Luc 16:26; Apoc 21:27). Essa separação é uma separação da misericórdia e da benignidade de Deus, que agora está no mundo (Rom 2:4; Isa 48:22, "Mas os ímpios não têm paz, diz o SENHOR."). Essa separação é de ter uma existência eterna conhecendo somente a ira eterna, a maldição e o juízo justo de Deus. A eterna e infinita ira de Deus é "sobre toda a impiedade e injustiça dos homens (Rom 1:18; Efés. 5:6). A eterna e infinita maldição de Deus é para "todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para fazê-las" (Gal 3:10). O juízo de Deus é segundo a verdade sobre os que fazem a abominação do pecado (Rom 2:1,2). Pelo fim terrível do pecado podemos entender o que é o pecado e o que necessitou um preço a ser pago por ele.

Resumo: Tendo uma percepção clara do que é o pecado, e, entendendo que o homem voluntariamente se tornou um pecador, a salvação de tal pecado, em um único pecador, nunca pode ser vista como qualquer obrigação de justiça na parte de Deus. Contrariamente, a misericórdia e a graça de Deus, em Jesus Cristo, são exaltados por Ele salvar até um único pecador qualquer. Se você não conheça essa misericórdia e graça de Deus, olhe a Jesus Cristo. Deus salva todos os que venham a Ele pelo Seu Filho (Mat. 11:28-30; João 5:24; 14:6; Atos 4:12).

O Preço Pago Pelo Pecado

Pelo estudo das descrições do pecado, o seu fruto e o seu fim, podemos entender o que o pecador merece. Aos pecadores, Deus não deve a Sua misericórdia, a Sua graça, o Seu perdão ou a Sua presença bondosa e eterna. O pecado merece somente a justiça divina. Todo o pecado merece aquela justiça de Deus que julga o pecador à morte e à maldição eterna. É a justiça e Deus que prescreve que o pecador seja separado da Sua presença misericordiosa eternamente (Gên. 2:17; Ezequiel 18:20; Rom. 6:23; Jó 36:17, "o juízo e a justiça te sustentam").

Entendendo que o pecado não é apenas um defeito na personalidade humana ou somente uma simples insuficiência de esperteza espiritual, o preço que deve ser pago pelo pecado tem que ser muito mais do que somente uma ‘ajuda, ‘chance’, ou ‘jeito’ divino para o pecador. Pela estudo da Bíblia podemos entender melhor, não somente o que é que causou um preço ser pago pelo pecado mas o próprio preço pago. Entenderemos esse preço pelo estudo de II Cor. 5:21.

"Àquele" – característicos da pessoa dada como preço do pecado, são apontados pela palavra "aquele" usada em II Cor. 5:21. Não foi qualquer pessoa dada como preço do pecado mas um em particular. Os títulos daquele que foi dado como o sacrifico pelo pecado revela muito. Quem foi dado foi "o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu" (Apoc. 5:5; Isaías 11:1,2), o "Rei dos reis, e Senhor dos senhores" (Apoc. 19:16), o "Raboni"(João 20:16), o "Cordeiro de Deus" (João 1:29). Quem pagou o preço do pecado é determinado pela simbologia da pedra rejeitada que Deus colocou por "cabeça de esquina" (Atos 4:11). Este é comida espiritual (João 6:54, 63) e água viva (João 7:37,38). "Aquele’ que foi dado é nada menos do que o eterno "Verbo" (João 1:1; João 8:58), Quem é "um" com o Pai (João 10:30), o "Deus conosco" (Mat. 1:23), o "SENHOR" (Jeová) do Velho Testamento revelado no Novo Testamento (Joel 2:28-32; Atos 2:16-21; 16:31). O preço pago pelo pecado não foi um preço qualquer. O preço pago foi o próprio Deus, na pessoa de Jesus Cristo (João 1:18; Judas 25).

O sacrifício dado pelo pecado deve ser homem/Deus. Essa maneira é representada pela Bíblia em maneiras diferente: um parente (Lev. 25:25-27) e um remidor bem chegado (Rute 3:12; 4:7,8). Cristo é este sacrifício homem/Deus (Gal. 3:20; I Tim. 2:5,6; I Cor. 15:21; Heb. 2:11,17, "semelhante aos irmãos") que pode morrer no lugar do homem e satisfazer todas os requisitos divinos. Somente Cristo é o representante qualificado dado no lugar do homem, o verdadeiro parente e o remidor bem mais chegado. A representação de Cristo sendo o "último Adão" (Rom. 5:14; I Cor. 15:45; Heb. 2:11-15) indica somente Ele o único que pode ser o sacrifício ideal pelo pecado do homem. Além dEle, não há outro (Atos 4:12; I Cor. 3:11).

"que não conheceu pecado" – a divindade de Cristo é apontado por este frase: "que não conheceu pecado" em II Cor. 5:21. Cristo é sem pecado. Ele é o "Santíssimo" (Daniel 9:24; Isaías 53:9; Luc. 1:35; Heb. 7:26; 9:13,14; I Pedro 2:22,23), aquele em quem "não há pecado" (I João 3:5), o "Justo" (I Pedro 3:18; I João 2:1). Pela qualidade de Cristo ser imaculado (I Pedro 1:18,19), Ele é chamado "Luz (João 8:12; 9:5; 12:46), a Verdade, e a Vida (João 11:25; 14:6; I João 5:12). A Sua qualidade de divindade é apontada por Ele ser o "filho de Deus" que não nasceu, mas foi dado (divindade). O que nasceu foi o "menino" (humanidade, Isaías 9:6). A divindade de Cristo é entendido por Ele ser ‘eterno’ (Luc. 1:32,35; João 1:1; Apoc. 21:6, "o Alfa e o Ômega"; 22:16), um atributo do divino. Cristo não foi criado mas é o Criador (Col. 1:16,17; João 1:3). Outros atributos de Cristo que revelam a Sua divindade são: onipotência (Sal 2:9; Mat. 28:18; João 10:18), onisciência (Mar 2:8; João 2:24,25; 16:30) e onipresença (Mat. 18:20; 28:20). Por Cristo não conhecer pecado, Ele é exaltado (Sal 89:27; Daniel 7:14; Atos 2:36; Col. 1:18,19; Fil. 2:7-11; Heb. 7:26; Apoc. 19:16) e designado como soberano (João 3:35; 13:3; 17:2; Atos 10:36, "o Senhor de todos"; I Cor. 15:57; I Pedro 3:22). O preço que foi dado pelo pecado foi o próprio Deus na pessoa de Jesus Cristo. Cristo é o único nome dado entre os homens pelo qual devamos ser salvos (Atos 4:12; I Cor. 3:11). Se misturamos a salvação com qualquer outra obra, angélica ou humana, ou com outra pessoa alguma, a não ser unicamente a pessoa de Cristo, desprezamos "Aquele que não conheceu pecado" que o Pai deu (João 3:16).

"o fez pecado" – a humanidade de Cristo é apontado por este frase: o fez pecado" (II Cor. 5:21). Mesmo que Cristo foi gerado pelo Espírito Santo (Mat. 1:20), ele nasceu de mulher, sob a lei (Isaías 9:6, " um menino nos nasceu"; Luc. 2:7,11; Gal. 4:4). Cristo tinha uma mãe humana e também irmãos na carne (Mat. 13:55,56; Luc. 8:19) e cresceu em estatura e conhecimento como qualquer outro menino (Luc. 2:40,52). Ele submeteu-se aos seus pais humanos (Luc. 2:51), caminhou (João 4:3-6) e se cansou pelo caminho (João 4:6). Cristo mostrou-se humano por ter fome (Mat. 4:2), sentir sede (João 19:28), experimentar tristeza (João 11:33), a ira (Mat. 21:12; João 2:17), o desprezo (Mat. 13:57) por chorar (João 11:35) e por alegrar-se no Espírito Santo (Luc. 10:21). Por ser homem Cristo foi tentado em tudo (Heb. 4:15) e foi limitado no conhecimento das coisas de Deus (Mat. 24:36; Mar 13:32). A prova maior que Cristo foi homem é entendido em que Ele foi feito pecado (II Cor. 5:21; Isaías 53:4-6), em conseqüência de tal, foi pendurado corporalmente na cruz (Mat. 27:38, 42; João 19:31), furado por lança (João 19:34; 20:27) da qual ferida saiu água e sangue (João 19:34). O sofrimento de Cristo foi até a morte (Fil. 2:7,8; João 19:30) depois de qual, foi sepultado (João 19:38-42). O preço pago pelo pecado não foi pouco, mas foi a vida do próprio Filho de Deus, o homem, Cristo Jesus.

Ai daquele que rejeita tal sacrifício pelos pecados. Se você ainda não é salvo, não espera por outro maior sacrifício ser dado pelos pecados. Não há maior sacrifício do que o filho dado por Deus e o menino nascido por mulher que é chamado Jesus Cristo. Venha a Ele já.

Por Quem este Preço foi Pago

"por nós" – por quem o preço do pecado foi pago é entendido pelas palavras "por nós" de II Cor. 5:21. Cristo é "aquele" que representa os "seus". Os pecadores são feitos pecadores por serem em Adão (Rom. 5:12). Os salvos são feitos santos por estarem em Cristo, antes da fundação do mundo (Rom. 5:19; Efés. 1:4). Como Adão representa todos os homens, sem a exceção de nenhum, assim Cristo representa todos "os que são de Cristo", sem a exceção de nenhum (I Cor. 15:22,23; II Cor. 5:14,15). A obra de Cristo foi uma substituição legal para os seus em particular (Heb. 2:11).

A Bíblia claramente mostra por quem o preço pelo sacrifício do Divino/humano Cristo Jesus foi pago usando várias terminologias específicas. Quem foi os alvos para receber as bênçãos do sacrifício de Cristo são os por quem Deus decidiu a compadecer-se e pelos quais Ele quis ter misericórdia (Rom. 9:15,16). Estes crêem no Evangelho por serem os que são "ordenados para a vida eterna" (Atos 13:48). Estes ordenados ou, como temos visto já, os escolhidos ou os elegidos, são anteriormente determinados por Deus (Efés. 1:4; II Tess. 2:13) e, são nomeados "povo seu" (Tito 2:14), "seu povo" (Mat. 1:21, Sal 110:3 – os judeus), "os seus" (João 13:1 – seus discípulos) ou "meu povo" (Êx. 8:23; II Cor. 2:15,16 – os judeus). São particularmente por estes que Cristo veio a salvar (Mat. 1:21). Os homens que serão salvos são chamados "ovelhas", e são estas ovelhas somente por quais Cristo deu a Sua vida (João 10:11,14-16; Isaías 53:4-6,8). Estes homens que hão de crer, que são os do mundo que o Pai deu a Cristo, são pelos quais Cristo se santificou e orou particularmente e ainda ora (João 17:6, 9, 11, 19, 21; Heb. 7:25). Estes, por quais Cristo se deu, em outras passagens são chamados "amigos" (João 15:13,14), "meus irmãos" (Heb. 2:12) e os "filhos que Deus me deu" (Heb. 2:13; I João 3:1) enfatizando ainda mais a relação particular que têm os que foram dados pelo Pai ao Filho. São estes mesmos que são os "chamados" (Heb. 9:15) que foram conhecidos intimamente e predestinados antes (Rom. 8:28-30). Estes predestinados, uma vez salvos pela mensagem da pregação da Palavra de Deus e pela obra do Espírito Santo, quando ajuntados em obediência pública, são chamados o "corpo de Cristo" ou a Sua "igreja" (Efés. 5:23, 25). É neste sentido de coletividade dos que serão salvos e ajuntados no céu que entendemos um sacrifício particular pois é dito que é "Ele próprio o salvador do corpo" (Efés. 5:23) e que pela igreja "a si mesmo se entregou por ela" (Efés. 5:25). É determinado que foi por estes ajuntados biblicamente que "Ele resgatou com seu próprio sangue" e não os fora do seu ajuntamento [o ajuntamento futuro no céu de todos os salvos de todas as épocas e os ajuntamentos representantes atualmente na terra] (Atos 20:28). Foi o propósito de Cristo de cuidar particularmente o Seu "pequeno rebanho" (Luc. 12:32). Um propósito que Ele efetua na salvação pelo Seu sangue e na santificação pelas Suas igrejas (Efés. 4:11-16). Estes, quem o Pai concede vir a Cristo (João 6:65), pela obra do Pai e do Espírito Santo (João 6:45; Isaías 54:13) e pela Palavra de Deus (Rom. 10:17; I Pedro 1:23) são os que recebem Cristo pela fé (João 1:12). Estes mesmos "que crêem no Seu nome" são, os que passivamente "o receberam" (João 1:12), os que nasceram espiritualmente da vontade de Deus (João 1:13) e não pelo esforço nenhum do homem (Rom. 916). Por estes Cristo se santificou (João 17:19). Não é dúvida nenhuma que Cristo foi feito pecado por certas pessoas em particular (II Cor. 5:21). Foi por somente estes Ele morreu (Rom. 5:8; Tito 2:14) e todos os pecados que Ele levou sobre si serão verdadeiramente cobertos no dia do julgamento (Heb. 9:12; Apoc. 5:9).

Exatamente o que Cristo fez "por nós" é entendido por palavras várias pela Bíblia, tais como redenção, propiciação, salvação e expiação. Um estudo detalhado sobre cada uma destas palavras, considerando as suas naturezas, qualificações, contextos e usos, ensinará claramente tanta a natureza da obra salvadora de Cristo quanto por quem a Sua obra foi feita.

A obra de Cristo "por nós" é uma obra federal ou representante. Como na aliança do Velho Testamento era englobado o povo de Deus pelas promessas, os eleitos são representados por Cristo na Sua obra de salvação (Gal. 2:20, "Já estou crucificado com Cristo"). Como o primeiro Adão representava todo homem na humanidade (Rom. 5:12; I Cor. 15:47), assim o Segundo Adão representa todos os salvos (I Cor. 15:22,23, "os que são de Cristo"). Por Cristo ser feito "semelhante aos irmãos" (Heb. 2:17) "contado com os transgressores" (Isaías 53:12) e uma "alma vivente" (I Cor. 15:45), Ele, junto com Seu povo, identificou-se como uma unidade diante da ira de Deus. Por Cristo representar todos os seus é dito que os seus são "crucificados com Cristo" (Gal. 2:20), mortos com Ele (Rom. 6:8), sepultados com Ele (Rom. 6:4), vivificados com Ele (Col. 2:13), ressuscitados juntamente com Ele (Efés. 2:6) e os fez assentar nos lugares celestiais Nele (Efés. 2:6). A obra que Cristo fez, verdadeiramente representa "nós".

A obra de Cristo "por nós" também foi vicária ou, em substituição (I Pedro 3:18, "o justo pelos injustos"). Cristo não fez algo simplesmente bom para o beneficio de um outro, mas Ele tornou a ser, no próprio lugar, exatamente o que o outro era (Gal. 4:4; Fil. 2:7). Cristo, sendo feito como nós diante da lei (Gal. 4:4) ficou sujeito à pena da justiça de Deus. Cristo, sento feito "pecado por nós" (II Cor. 5:21) foi sujeito à morte. Sendo feito "semelhante aos irmãos" (Heb. 2:17) a Sua obra absolveu "nós" da lei do pecado e da morte (Rom. 8:3,4). Deus moeu Cristo pois Ele era "o castigo que nos traz a paz" (Isaías 53:4-6). Portanto, não há mais nenhuma condenação para os em Cristo (Rom. 8:1). A obra de Cristo para a salvação verdadeiramente foi em substituição "por nós".

A obra de Cristo "por nós" foi penal. Cristo, como representante de "nós" e sendo "feito pecado por nós" tem que sofrer as conseqüências do Seu povo (Isaías 53:4-8, "pela transgressão do meu povo ele foi atingido"; Mat. 1:21, "Ele salvará o seu povo dos seus pecados"; João 17:9, Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus."). Entendemos isso pela Sua morte. Cristo foi obediente em tudo (Fil. 2:7), e, portanto, não deve ser castigado. Cristo foi sem pecado (II Cor. 5:21), e, portanto, não deve morrer. Cristo é justo (I Pedro 3:18), e, portanto, não deve ser desamparado pelo Pai. Todavia, Cristo foi castigado, morto e desamparado por Ele ser "feito pecado" pelos Seus (Lev. 16:21; Isaías 53:6,12; Heb. 9:28). Pela vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, os Nele são feitos justos diante de Deus (Rom. 8:1,2). Verdadeiramente, a obra salvadora de Cristo foi penal "por nós".

A obra de Cristo "por nós" foi sacrificial (I Cor. 5:7, "...Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós"). Cristo foi a expiação do próprio pecado (Isaías 53:10) e, isso, voluntariamente (João 10:18; Heb. 7:27). Cristo fez essa obra sacrificial como o Pai propus (Rom. 3:25) pela obra do Espírito Santo (Heb. 9:14; Isaías 61:1). Essa obra sacrificial de Cristo foi uma obra redentora, uma compra de um rebanho em particular com Seu próprio sangue (Atos 20:28; I Cor. 6:19,20). Também foi uma obra sacrificial como sacerdotal. Como os sacerdotes no Velho Testamento ministravam diante de Deus para homens em particular, Cristo ministrou diante de Deus para todo os Seus (Heb. 9:11-15, 25-28; 10:12-18). Não há dúvida nenhuma que a obra de Cristo como salvador "por nós" foi sacrificial.

Portanto, todos em Cristo são feitos, mais cedo ou mais tarde, justos diante de Deus. A todos os homens (sem a exceção de nenhum) deve ser declarado publicamente e zelosamente a mensagem do Evangelho que Cristo é o Salvador de todos os pecadores arrependidos e crentes Nele (João 3:16). Portanto, se você é convencido dos seus pecados e entenda que merece a ira e o julgamento de Deus, a mensagem é: Venha a Deus pela fé na obra completa de Cristo. Por Cristo, Deus é grande em perdoar (Isaías 55:7). Venham, tome de graça da água da vida, todos que querem (Apoc. 22:18), todos que tenham sede (Isaías 55:1-3), e, todos que sejam oprimidos e cansados dos seus pecados (Mat. 11:28-30).

Objeções

Existem as pessoas que querem dizer que Cristo morreu por todo e qualquer homem no mundo sem uma exceção de nenhum. Creio que há versículos que aparentemente ensinem essas doutrinas. Todavia, se o que eles aparentem for correto, todos os versículos já citados como prova que Cristo veio morrer e salvar por alguns em particular, ficarão sem explicação alguma. Os versículos que aparentam a fornecer um entendimento para uma expiação geral para todo a humanidade por Cristo podem ser entendidos melhor se o contexto de cada um fosse levado em consideração e não apensas o que aparentam a ensinar.

II Pedro 3:9 é um versículo usado geralmente para provar que Deus quer que todos os homens de todo lugar no mundo e todos os tempos venham ao arrependimento. Se o próprio versículo fosse lido com calma e sem uma emoção exaltada, seria entendido por quem Deus é desejoso. O desejo de Deus é para "conosco", os a quem Pedro escreve a sua epístola ("aos que igualmente alcançaram fé igualmente preciosa", II Pedro 1:1). São estes em particular que Deus não quer perder e pelos quais Ele é desejoso que venham ao arrependimento.

Adicionalmente, com II Pedro 3:9, podemos estabelecer o fato que a palavra "todos" não significa a absoluta totalidade das pessoas que podem existir. Existe na definição da pronome indefinido "tudo" no Dicionário Eletrônico Aurélio o sentido: 4. Todas as pessoas de quem se trata; todos: "e os amigos sem nome (tantos), / em alegria companheira, / tudo se junta, oferecendo-se, / numa rosa, a Manuel Bandeira." (Carlos Drummond de Andrade, José & Outros, p. 111). Os léxicos do grego permitem a mesma (#3956, individualmente, cada um, ou, coletivamente, uns de todos, Strong’s). Esse sentido cabe bem com o "todos" de II Pedro 3:9. O "todos" trata com os "alguns" que tem ligação com aqueles representados com o pronome "conosco". Quer dizer, Deus tem os Seus entre quais alguns são salvos já e outros que ainda não são. Os que ainda não são, Deus não quer que nenhum destes se percam senão que todos destes venham a arrepender-se.

O versículo I João 2:1,2 que parece enfatizar uma expiação geral, em verdade não ensina isso. O apóstolo João está escrevendo aos judeus e ele relata a verdade que a salvação por Cristo não é somente entre os judeus mas para os de "todo o mundo". Quer dizer: os gentios podem ser salvos também. O apóstolo João, pela revelação em Apocalipse, revela que de "todo o mundo" há salvação, sim, ‘uns de todos’ (Strong’s) ou, quer dizer, "homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação" (Apoc. 5:9). O versículo Romanos 3:9, usa os dois, "tantos judeus como gregos" no sentido de "todos" da mesma forma de I João 2:1,2. Na verdade, poucas são as vezes, entre as 1,234 usos da palavra ‘todos’ no Novo Testamento (#3956 no Strong’s, Concordância Fiel), que a palavra "todos" significa a totalidade das pessoas. Geralmente o próprio texto torna evidente a sua limitação.

João 3:16 é um outro versículo usado por muitos para estabelecer o pensamento que Deus ama igualmente todos os homens e se empenha de igual forma a salvar todos eles de igual forma. Essa premissa fundamenta-se na suposição que quando a palavra "mundo" é usada, quer significar ‘todo mundo’ sem a exceção de nenhuma pessoa. Uma consideração de João 1:10 revelará três maneiras diferentes de usar essa única palavra (o "mundo" na terra em oposição ao céu; o "mundo" como o universo; o "mundo" apontando aos homens que não creram nEle). A palavra "mundo" pode ser usada para representar o universo (Atos 17:24), a terra (João 13;1; Efés. 1:4), o sistema mundano (João 12:31; I João 5:19), toda da raça humana (Rom. 3:19), toda a humanidade exceto os crentes (João 5:24; 15:18; Rom. 3:6), e os gentios em contraste com os judeus (Rom. 11:12). A palavra "mundo" também pode ser usada para representar os crentes (João 1:29; 3:16,17; 6:33; 12:47; I Cor. 4:9; II Cor. 5:19). Portanto, quando a palavra "mundo" for aplicada para ensinar a doutrina, deve ser levado em consideração esses usos também. O estudo bíblico não deve ser baseado numa suposição criada da lógica humana.

Em resumo, é necessário lembrar o que a doutrina declarada pelas palavras "eleição" e os seus derivativos, juntamente com as evidencias múltiplas e bíblicas que apontam a uma expiação particular ensinem quando são determinados os significados das palavras "todos" e "todo o mundo". Com estudo bíblico será entendido que Cristo, que não conheceu pecado, foi feito pecado por todos quem o Pai anteriormente deu a Cristo, e somente estes.

O Efeito do Preço Pago

"para que Nele fossemos feitos a justiça de Deus" – Os por quem Cristo pagou o preço dos pecados são verdadeiramente feitos a "justiça de Deus" (II Cor. 5:21). Como Cristo foi feito igual aos seus "irmãos" (Heb. 2:17) os "Seus" são feitos membros do "seu corpo, da Sua carne, e dos Sues ossos" (Efés. 5:30). Deus é satisfeito pelo trabalho da alma de Cristo (Isaías 53:11). Sendo "por nós" quem Cristo trabalhou e ainda intercede (Rom. 8:33,34), estes mesmos serão todos junto com Cristo à direita de Deus. Não há nenhum elegido, por quem Cristo morreu, que não se apresentará justo diante de Deus um dia. Os que são chamados (Rom. 8:28,29) são os mesmo que são perdoados (Sal 85:2-10; Isaías 1:18), reconciliados (II Cor. 5:20), sarados (I Pedro 2:24; Isaías 53:4-7, 11), lavados (Apoc. 1:5; I Pedro 1:18,19) e regenerados (Tito 3:5). Pelo poder de Deus estes são desejosos a virem a Cristo (Sal 110:3) e serão feitos vivo (I João 5:12; Efés. 2:1; João 5:24) e justificados (Isaías 53:11; Rom. 3:24-26; 8:1; 10:4; Fil. 3:9) quando venham a Cristo. Todo o que o Pai tem dado a Cristo, virá a Cristo eventualmente (João 6:3, 39, 45) e serão estabelecidos (II Tim. 1:7), conservados (Judas 1, 24, 25; João 10:27,28), feitos aceitável a Deus (Efés. 1:6) protegidos (I João 2:1) e, sem a menor dúvida, glorificados (João 6:44; 17:2; Rom. 8:30). A certeza disso é tão firme quanto a vontade de Deus (João 6:38; Sal 115:3; 135:6). Não há limitação nenhuma para a vontade de Deus (Daniel 4:35). Os que eram longe, estão agora perto (Efés. 2:13; Heb. 7:25); os que eram filhos da ira praticando todo e qualquer pecado, são agora, em Cristo, feitos filhos de Deus (Efés. 2:2; I João 3:2; Rom. 8:14,15); os que eram inimigos agora são embaixadores da verdade (Rom. 8:6-8; II Cor. 5:20) pela obra de Cristo. O que tem acontecido no passado com os "em Cristo" continuará a acontecer para os "seus" que ainda não nasceram pois "todo o que o Pai" tem dado a Cristo "virá a Mim" (João 6:37, 39; 17:2; Mat. 24:24).

Que Deus tenha misericórdia dos Seus a trazer todos os Seus elegidos à salvação por Cristo (II Tess. 2:13). É o nosso desejo e oração que estes mesmos creiam e sejam trazidos a tais posições de benção espiritual em lugares celestiais por Cristo. Também é o nosso desejo que todos estes salvos vivam em todo o santo trato e piedade diante de um mundo em trevas por ter tal salvação (II Tim. 2:19).


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