Fazemos parte da Segunda Igreja Batista em Cabedelo/Pb, situada no bairro, Jardim Manguinhos em frente a Estação de trem.
Horários de cultos:

- Terça: departamentos 19:30h

- Quarta: Culto de oração 19:30h

- Quinta: Reunião da União de adolescentes 19:30h

- Sabado: Culto da UNIJOVEM 19:00h

- Domingo: EBD 09h e Culto de adoração 18h

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Sotereologia - A Doutrina da Salvação (Parte I)

Por: Calvin Gardner


CONTEÚDO

3.A Causa da Salvação
4.A Natureza da Salvação
5.Os Necessitados da Salvação
6.A Escolha de Deus na Salvação
7.O Preço Pago para a Salvação
8.A Chamada à Salvação
9.A Salvação Realizada
10.O Efeito Prático da Salvação
1. Introdução

A doutrina da salvação, na maioria das igrejas e centros de crença existentes hoje, é nebulosa ou, nos casos piores, contraditória. A confusão que existe sobre esta doutrina é tremenda. Tal confusão pode vir por ela tratar muitos tópicos em uma ordem que as vezes é difícil de seguir. Mesmo que o assunto contém aspetos que são impossíveis de entender por completo, convém um estudo sobre este vasto assunto que quase todos os livros da Bíblia tratam. O termo teológico deste assunto é soteriologia. Essa doutrina abrange as doutrinas da reprovação, a eleição, a providência, a regeneração, a conversão, a justificação e a santificação entre outras. Também envolve a necessidade de pregação, de arrependimento e de fé. Inclui até as boas obras e a perseverança dos santos. A salvação não é uma doutrina fácil de entender pelo homem. É uma atividade divina em que participam as três pessoas da trindade agindo no homem. Por ela tratar da obra de Deus que resulta no eterno bem do homem para a glória de Deus somos incentivados a avançar neste assunto com temor e oração para entendê-la na forma que é do agrado de Deus.
Que Deus nos guie com entendimento espiritual pelas maravilhas da Sua Palavra no decorrer deste estudo e que Deus nos traz à convicção verdadeira, e, pela Palavra de Deus, nos dá um conhecimento individual de Jesus Cristo (Efés. 1:17-23).
2. O Desígnio da Salvação
Pela eternidade passada e pela eternidade futura Deus deseja receber toda a glória de tudo que Ele faz (Êx. 34:14; Isa 42:8; 48:11; Rom. 11:36; I Cor 10:31). Na realidade a ninguém outro, senão a Deus o Todo Poderoso, é devido toda a glória nos céus e na terra. A glória de Deus é a prática dos seres celestiais agora (Sal 103:20; Isa 6:1-3) e para todo o sempre (Apoc 4:11; 5:12). Essa glória não vem de uma necessidade de Deus, pois Ele não necessita de nenhuma coisa (Atos 17:25) mas é simplesmente um desejo e direito particular (I Cor 1:26-31; Efés. 2:8-10).
A obediência é abençoada gloriosamente pois ela glorifica Deus (Rom. 4:20,21). A obediência desejada é entendida tanto antes do pecado (Gên. 2:16,17) quanto depois (Deut. 10:12,13). Pela obediência da Sua Palavra, Deus é glorificado. Essa observação contínua é o dever de todo o homem (Ecl 12:13).
A desobediência da lei de Deus é pecado (I João 3:4; 5:17) e é o que provoca a separação eterna da presença de Deus (Gên. 2:17; Rom. 6:23). O pecado é uma abominação tamanha justamente por não intentar dar glória a Deus (Núm. 20:12,13; 27:14; Deut. 32:51). O pecado é iniqüidade a Deus e em nenhuma maneira glorioso.
Desde o começo da Sua operação com os homens, Deus requer uma obediência explícita. Essa obediência desejada tem o fim de O glorificar. A maldição no jardim do Éden (Gên. 3:14-19, 22-24) foi expressada por causa do homem não colocar o desejo de Deus em primeiro lugar (Gên. 2:17; 3:6). A destruição da terra pela água nos dias de Noé (Gên. 6:5-7) foi anunciada sobre todos os homens por eles servirem a carne e, nisso, não glorificaram a Deus (Mat. 24:38). A história bíblica mostra o povo de Deus sendo castigado repetidas vezes, um castigo que continua até hoje, por uma razão maior: adorar outros deuses (Jer 44:1-10). A condição natural do homem é abominável diante de Deus justamente por ele não ter o temor de Deus diante de seus olhos (Rom. 3:18). A condenação final do homem ímpio será simplesmente por causa do homem não ter Deus nas suas cogitações (Sal 10:4), desprezar toda a Sua repreensão (Próv. 1:30) e por não se arrependerem para dar glória a Deus (Apoc 16:9). Foi dado outro tanto de tormento e pranto à Babilônia por causas de glorificar a si (Apoc 18:7). Deus nunca dará a glória devida a Ele a outro (Isa 42:8). Ao Deus da glória (Atos 7:2), o Pai da glória (Efés. 1:17) é devida toda a glória para todo o sempre (Fil. 4:20; I Tim 1:17).
Quando chegarmos ao assunto da salvação não podemos procurar de modificar o desígnio eterno de Deus. Na doutrina da salvação Deus não está procurando dar uma glória ao homem. Pela salvação tratar dos seres humanos e o estado eterno deles não quer dizer que Deus não deseja receber a glória deste tratamento.
A salvação tem o propósito de trazer glória eternamente a Deus, e, essa glória na salvação, é por Jesus Cristo para todo o sempre (Rom. 16:27; II Cor 4:6; I Pedro 5:10). Pelo decorrer deste estudo entenderemos melhor como cada fase da salvação exalta Cristo desde a eleição que foi feita em Cristo (Efés. 1:3,4) à santificação que traz os eleitos a serem semelhantes a Cristo (I João 3:2). Cristo é a semente incorruptível pela qual os salvos são gerados de novo (I Pedro 1:23-25). Cristo é o caminho sem o qual ninguém vai a Deus (João 14:6). Cristo é a verdade em qual o pecador deve crer para ser salvo (João 3:35,36). É a imagem de Cristo a qual os salvos são transformados (Rom. 8:29) e por Cristo os salvos são conservados (Judas 1). Os frutos de justiça, são por Jesus Cristo, e, por isso, para a glória e louvor de Deus (Fil. 1:11). Não existe uma operação sequer na salvação que não glorifica Deus pelo Filho unigênito. Não deve ser segredo, tanto na realização da salvação quanto na condenação dos pecadores, Deus é, e sempre será, eternamente glorificado por Cristo (João 5:23; 12:48; II Cor 2:15,16; Fil. 2:5-11).
Existem muitos erros nas crenças de muitas igrejas e crentes já neste ponto inicial sobre o propósito da salvação. Muitos querem colocar as bênçãos que o homem recebe pela salvação como sendo os objetivos divinos na salvação. Mesmo que é uma verdade que a criação nova feita na salvação é maior e mais gloriosa do que a primeira criação relatada em Gênesis; mesmo que é verdade que a salvação é de uma condenação horrível; mesmo que é verdade que pela obra de Cristo na salvação Satanás é vencido e, mesmo que pela salvação moradas celestiais estão sendo feitas no céu, todas estas verdades são resultados da salvação e não as causas dela. Muitos confundem o eterno lar, o fruto do Espírito Santo, a vida cristã diante do mundo ou a igreja cheia de alegria como os desígnios da salvação. Mas, o estado final da salvação não deve ser confuso com o objetivo dela, nem os efeitos com as causas. Deus não tem propósito de dar a sua glória ao outro, inanimado, animado ou mesmo um salvo, mas, somente a Ele (Isa 42:8). Como em tudo demais que Deus faz, a salvação centra em Deus e em sua glória e não nos benefícios do homem. Os efeitos que a salvação produz não são as causas da salvação ser programada por Deus.
Se, em nosso entendimento desta maravilhosa doutrina da salvação, a ênfase for colocada em qualquer maneira nas bênçãos que o homem recebe e não na glória de Deus, o nosso entendimento é falho neste respeito e devemos buscar as bênçãos de Deus para que Ele nos endireita para adorarmos a Ele como Ele deseja, em espírito e em verdade (João 4:24).
3. A Causa da Salvação - Efésios 1:3-6
Deus - Apoc 1:8
A salvação começa com Deus, e isso, “antes da fundação do mundo” (Efés. 1:3,4; II Tess 2:13; Apoc 13:8). Por causa de não existir no princípio um homem sequer, junto com a sua vontade, nem o ministério dos anjos ou a pregação da Palavra de Deus - a salvação começou com o que era no princípio: Deus (Gên. 1:1). Deus é o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim (Apoc 1:8, 11). Deus é a primeira causa de tudo, um conceito reservado para o divino (Rom. 11:36). Porque? “Ó Pai, porque assim te aprouve.” (Luc 10:21).
Entendendo a situação deplorável do homem (Gên. 6:5; Rom. 3:10-18) podemos entender que a fé em Cristo é “obra de Deus” (João 6:29). É necessário lembrar-nos que o assunto deste estudo é a salvação e não a condenação. Os condenados pela justiça santa de Deus só podem culpar a sua própria cegueira espiritual e amor pelo pecado. Nunca podem responsabilizar a Deus pela condenação (Ecl 7:29). Os salvos, de outra maneira, somente têm Deus para louvar pela salvação (II Tess 2:13).
O Bom Prazer da Sua Vontade  -  Efés. 1:11
A vontade de Deus é a expressão do prazer de Deus. A vontade de Deus não pode ser diferente da Sua natureza, portanto, ela é soberana (não influenciada pelas forças terceiras), santa (pura, imaculada, inocente), poderosa (Ele pode desejar o que Ele deve) e imutável (nada pode impedi-la ou muda-la).
É a Sua vontade que motiva as Suas ações (Efés. 1:11, "faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade"). Na esfera dos Deuses o verdadeiro Deus se destaca, pois, somente Ele faz "tudo o que lhe apraz" (Sal 115:3). O que foi criado, nos mares e em todos os abismos, é atribuído a ser criado por que Deus quis (Sal 135:6, "tudo o que o SENHOR quis, fez"). A eleição em Cristo que foi programada antes da fundação do mundo e a predestinação para os Seus serem filhos de adoção por Jesus Cristo são tidos como sendo "segundo o beneplácito de Sua vontade" (Efés. 1:4,5); "segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos" (II Tim 1:9). Tudo o que é envolvido no assunto da salvação é "segundo a Sua vontade" (Tiago 1:18). Deve ser notado que o amor e a graça de Deus fazem parte de Deus e conseqüentemente a salvação, mas não serão tratados como causas da salvação em particular pois podem ser considerados melhor num estudo detalhadamente sobre a própria vontade de Deus.
É lógico que seja a vontade de Deus uma causa da salvação pois a vontade de Deus é uma parte essencial da sua natureza expressando-a e sendo tudo que Deus é. "Falhamos em entender a origem de qualquer coisa quando não voltamos à vontade soberana de Deus" (Pink, The Atonement, p. 22). Se Deus é antes de todas as coisas (Col. 1:17), a sua vontade é também antes de tudo que existe e acontece. Aquele que sucede e é efetuado no mundo é o que o SENHOR dos Exércitos pensou e determinou (Isa 14:24, "O SENHOR dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará"). Muito além da Sua vontade ser um tormento, é confortadora. Deus fazendo as Suas obras conforme o bom prazer da Sua vontade conforta o santo na sua tribulação. O servo Jó confiou na vontade de Deus na sua tristeza e foi confortado (Jó 23:13, "O que a Sua alma quiser, isso fará"). A mesma vontade que nos salva é aquela que garanta-nos o aperfeiçoamento da salvação até o memento que estamos na presença do Salvador no céu (João 6:39,40). Tal conhecimento da vontade de Deus traz paz ao salvo.
Tudo que Cristo precisava fazer pessoalmente para efetuar a salvação foi em submisso à vontade de Deus (Heb 10:7; Mat. 26:39). Tudo que os outros fizeram com Jesus durante o Seu tempo na terra, sim, até a traição de Judas, o julgamento injusto e a crucificação vergonhosa foi "pelo determinado conselho" de Deus (Atos 2:23). Ninguém fez mais nem menos do que a completa vontade de Deus. Podemos não entender este ponto, mas a verdade revelada pela Palavra de Deus pode ser maior que a nossa capacidade de entende-la. Devemos acata-la pela fé (Heb 11:1,6).
Mesmo que incluímos a vontade de Deus como parte da causa da salvação devemos frisar que a vontade de Deus não é a própria condenação ou a salvação mas uma parte íntegra de ambas. Há meios que Deus usa para efetuar a sua vontade e estes meios serão tratados posteriormente.
A Sua Presciência  -  I Pedro 1:2
A palavra ‘presciência’ (em grego: prognosis, #4268. Usada somente em Atos 2:23 e I Pedro 1:2) não é idêntica à palavra ‘conhecer’ (em grego: proginosko, # 4267. Usada em Atos 26:5; Rom. 8:29; 11:2; I Pedro 1:20 e II Pedro 3:17) mesmo que é relatada a ela. A palavra ‘presciência’ tem mais do que um mero conhecimento prévio de fatos embutido nela. É claro que Deus conhece todas as coisas e todas as pessoas, pois ele é onisciente. Todavia a palavra ‘presciência’ também tem um entendimento de preordenação ou uma preparação prévia (Thayer’s Léxico. Citado em Simmons, p. 211, Inglês). A presciência de Deus não somente conhece tudo, mas determina tudo em relação à salvação: O nascimento de Cristo (Gal 4:4), a morte de Cristo pelas mãos injustas (Atos 2:23; 4:28), as pessoas a serem salvas (I Pedro 1:2, "os eleitos"), o envio da mensagem a estes (Atos 18:10) e a hora que crêem (Atos 13:48). Tudo foi segunda a Sua ordenação explicita que, por sua vez, é segundo a Sua vontade que é eterna (II Tess 2:13,14; Rom. 9:15,16). É nesse sentido de preordenação, que a salvação é segundo a presciência de Deus.
Deus conhece os Seus intimamente com um amor especial e a palavra ‘presciência’ indica isso. “A presciência que Deus tem do Seu próprio povo quer dizer Sua complacência peculiar e graciosa para com Seu povo" (Comentário de Jamieson, Fausset, e Brown, citado pelo Simmons, p. 241, Português). Por ter um amor especial, Deus age para com os Seus em maneiras especiais (Deut. 7:7,8; Jer 31:3; Rom. 9:9-16; I João 4:19). No sentido de preordenação, os eleitos são especialmente e intimamente amados antemão. É nessa maneira eles são determinados em I Pedro 1:2 de serem eleitos "segundo a presciência de Deus".
Há os que determinem que a vontade eterna de Deus é baseada naquilo que vem livremente do homem: a sua vontade. Isso séria de basear a salvação divina no conhecimento anterior que Deus tem de algumas ações do homem. Se a vontade de Deus é baseada na ação que Deus conhecia antemão que um homem faria é verdade que o conhecimento da ação do homem veio antes da própria vontade de Deus. Mas como temos estudado, Deus é antes de todas as coisas, e, em verdade "todas as coisas subsistem por Ele" (Col. 1:17). A salvação do pecador não é baseada na vontade do homem, mas na de Deus (Efés 1:11). O novo nascimento "não vem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus" (João 1:13; Rom. 9:16). Por isso, quando consideramos a causa da salvação, tanta a vontade soberana e a presciência de Deus são contempladas. Os eleitos "segundo a presciência" de Deus são os que foram eleitos ‘em’ a presciência de Deus (Simmons, p. 211, Inglês). Os eleitos são chamados não segundo as suas obras, mas, "segundo o Seu próprio propósito e graça" que foi-lhes dado em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos (II Tim 1:9).
A presciência, contudo, não anula que o homem tem uma escolha na salvação. Os mandamentos de Deus para com o homem e as promessas de Deus em resposta às ações do homem confirmam que o homem tem responsabilidade pessoal. Todavia, a presciência garanta que os eventos preordenados serão feitos, até mesmo pela ação livre do homem. A referencia de Atos 2:23 e as múltiplas profecias sobre a vinda, vida, morte, ressurreição de Cristo, a implantação da sua igreja no mundo e os eventos que chamamos ainda de ‘futuros’ são provas que a presciência garanta eventos predeterminados sem anular a ação livre do homem.
Aqueles que Deus não conheceu intimamente (Mat. 7:23) são os condenados. Devemos frisar que estes não são condenados por não serem especialmente conhecidos antemão por Deus, mas por praticarem a iniqüidade. São eternamente julgados por não buscarem a justiça de Deus pela fé (Rom. 9:31-33). O inferno é para os que "não se importaram de ter conhecimento de Deus" (Rom. 1:28). A Bíblia diz claramente que "o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá" (Prov. 1:25-32). Os "entenebrecidos no entendimento" são verdadeiramente separados da vida de Deus. Essa separação não é pela eleição, mas, biblicamente, "pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração" (Efés. 4:17-19). Os salvos são recipientes da misericórdia e da graça de Deus segundo a Sua vontade e trazidos ao arrependimento e a fé em Cristo (Jer 31:3; Rom. 9:14,15; Efés. 2:5-9). Os salvos têm somente a Deus, Seu amor e a Sua vontade para louvarem eternamente. Os não salvos não são recipientes da misericórdia e da graça especial de Deus e são condenados pelos seus pecados (Rom. 6:23). Eles somente podem culpar o seu próprio pecado pois são estes que separam-se de Deus (Isa 59:1-3). Os condenados têm somente a sua incredulidade para os acompanharem pela eternidade (João 3:18,19). Devemos lembrar-nos que o propósito da salvação, que já estudamos, não é nem a salvação ou a condenação do homem, mas a própria glória de Deus. Tanto a salvação quanto a condenação operam para este fim (Prov. 4:16). A presciência faz parte da causa da salvação e não da condenação.
A Soberania de Deus   -  Efés. 1:11
A palavra soberania significa: 1. Qualidade de soberano. 2. Poder ou autoridade suprema de soberano. 3. Autoridade moral, tida como suprema; poder supremo. 4. Propriedade que tem um Estado de ser uma ordem suprema que não deve a sua validade a nenhuma outra ordem superior. 5. O complexo dos poderes que formam uma nação politicamente organizada (Dicionário Aurélio Eletrônico).
Quando falamos da soberania de Deus entendemos a qualidade de Deus desejar e fazer o que lhe apraz. É o exercício da Sua supremacia (C. D. Cole, citado em Leaves, Worms ..., p. 120) ou a expressão da sua santa independência. A soberania de Deus deve ser considerada como parte da causa da salvação juntamente com a sua vontade e preordenação. É a vontade soberana que é relacionada com a Sua presciência, e, é o Seu poder soberano que determina que a Sua vontade seja realizada (Isa 46:10,11, "O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade"; 55:10,11, "fará o que me apraz"; Daniel 4:35; Atos 2:23). Que Deus é tido como soberano é claro pelos versículos seguintes (Jó 23:13; Sal 115:3; 135:6; Lam 3:37,38; Isa 14:24; 45:7; Isa 46:9,10; João 19:11; Rom. 11:33-39). Deus é soberano na salvação pois Ele não é obrigado a salvar qualquer das suas criaturas rebeldes. A Sua soberania na salvação é entendida pelo Romanos 9:18, "Logo, pois, compadece-se de quem quer, e endurece a quem quer." (Veja também Efés. 2:7-11). Deus, pelo soberania, faz o Teu povo chegar a Si (Sal 65:4) e isso, voluntariamente (Sal 110:3).
"Deus não é somente soberano, mas também é amor. Soberania isolada pode ser fria e dura. Amor isolado pode ser fraco. Deus não é frio e duro nem fraco. Ele é tanto Todo-Poderoso quanto cheio de amor. A soberania de Deus assegura que tudo que aconteça a nós é para Sua glória e o amor de Deus assegura que tudo que aconteça a nós é para o nosso bem." (Maggie Chandler, Leaves, Worms, Butterflies and T. U. L. I. P. S., p. 70)
A soberania de Deus, em relação a causa da salvação junto com a sua vontade e presciência, é um assunto que vai além do entendimento do homem. A soberania de Deus pode ser considerada uma parte daquele que é encoberto e que pertence somente ao SENHOR. Porem, aquela parte da soberania de Deus que é revelada pela Palavra de Deus, é para nós e deve ser abordada (Deut. 29:29). Mesmo assim que deve ser estudada, nem tudo revelado nas Escrituras é entendido facilmente. Há coisas para nós inescrutáveis (Jó 42:3), insondáveis (Rom. 11:33) e mais do que podemos contar (Sal 40:5). Mesmo que nunca alcançaremos os caminhos de Deus ou chegaremos à perfeição do Todo-Poderoso (Jó 11:7), toda essa glória não deve nos cegar de ter fé no que as Sagradas Escrituras revelam de Deus. O homem pode não entender tudo sobre a Deus junto com a Sua vontade, a Sua presciência e Soberania (Mat. 20:13-15), mas em nenhum instante isso justifica o homem a julgar ou replicar a Deus (Rom. 9:14-21) e nem ser ignorante do assunto. Se vamos andar da maneira reta diante de Deus, precisaremos andar pela fé com os fatos revelados (Heb 11:1,6). O assunto da soberania de Deus pede que exercitamos essa fé.
A justiça e o amor de Deus são envolvidos na salvação mas não propriamente como a causa dela. A justiça pede a condenação dos pecados (Gên. 2:7; Ezequiel 18:20; Rom. 6:23) e não a salvação. O amor de Deus é o que trouxe Cristo para ser o Salvador (João 3:16; Rom. 5:6-8), todavia estamos tratando não o ato da salvação mas a sua causa.
(...continua...!)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Lei da palmada. Será que um pai ainda deve disciplinar seu filho?

Lei da palmada. Será que um pai ainda deve disciplinar seu filho?

Sei que o alvo do blog é falar de e para adolescentes, mas esta semana, no dia 14/12 foi aprovada na Câmara dos deputados em uma comissão especial a "lei da palmada" PL7672/10 (mais informações aqui).
Como próximo passo ela irá para o Senado,  mas será que ela é boa?
É claro que todos nós somos contra pais descontrolados que abusam verbal, física e sexualmente de seus filhos, mas a lei vai além deste tipo de violência, ela diz que qualquer castigo corporal, moderado ou não, com propósito ou não, baseado em princípios religiosos ou não, enfim, qualquer castigo é crime:

“Art. 17-A. A criança e o adolescente têm o direito de serem educados e cuidados pelos pais... sem o uso de castigo corporal ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de correção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto.

Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se:


I - castigo corporal: ação de natureza disciplinar ou punitiva com o uso da força física que resulte em dor ou lesão à criança ou adolescente."

Em outras palavras, um processo disciplinar no qual um pai sem ira, no momento oportuno, aplica de forma controlada a disciplina, um castigo, como forma de ensinar que todo erro traz consequência, isso se tornará um crime passível inclusive de perda da guarda conforme o parágrafo 129 da  L8069 (aqui).

Um pai evangélico deve disciplinar seus filhos ou não?

Se você tem dúvidas do ensino bíblico quero sugerir um estudo do Julio Severo sobre a "Importância de disciplinar os filhos". Este estudo tem dezenas de textos bíblicos, mas quero mostrar somente um:


“Aquele que poupa a vara odeia seu filho, mas aquele que o ama tem o cuidado de discipliná-lo”. (Provérbios 13:24 NIV)


Para nós pais
Muitos hoje tem trocado os princípios claros da Bíblia por outras formas de agir. Lembre-se, Deus é mais sábio do que qualquer educador baseado em princípios humanistas e vale a pena ouvir o que Ele diz.


Para os filhos
Um pai que se importa e o corrige será sempre melhor do que aquele que não o faz. Pode parecer bom não ter uma consequência para minhas decisões erradas, no entanto a vida não é assim, aprender cedo que todo erro tem uma punição e temê-la salvará sua vida quando for adolescente e adulto. Pense nisso.
 
 
Deus os abençoe!
Fonter: http://adolescentecrente.blogspot.com/

Pornografia e masturbação... Tem saída?

Pornografia e masturbação... Tem saída?


 

Tenho recebido várias perguntas sobre como vencer estes pecados. Bom, primeiramente é preciso que você entenda que a masturbação e a pornografia são contrárias aos padrões de Deus para o relacionamento entre um rapaz e uma moça.


"Mas eu lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração." Mateus 5.28


Sendo assim quero dar três dicas simples que podem ajudá-lo à ter vitória nesta área:

Mantenha-se perto de Deus
Muitos ao começar a lutar nesta área focam tão fortemente no pecado que não conseguem mais se relacionar com Deus. Lembre-se que nossa força vem de Deus e mesmo que a culpa seja enorme peça perdão (1 Jo 1.9) e volte-se para Ele. Imoralidade sexual e impurezas são obras da nossa carne (Gl 5.19), mas o fruto do Espírito é domínio próprio (Gl 5.22-23), por isso, alimentar nosso espírito é essencial para vencer estes pecados. Dê atenção especial para uma vida diária de relacionamento com Deus através da leitura bíblica e oração. Em caso de nova queda confesse e retorne o mais rápido para Deus.


Quebre o hábito
Estes pecados tendem a se tornar um hábito. Você não faz apenas uma vez, mas torna-se um padrão. Com o tempo você até sabe quando o processo de pecado está começando, de forma que a "cena" começa a ser preparada até a queda.


"Pelo contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo, e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne." Romanos 13.14


A quebra do hábito é essencial. Para isso você precisa entender em quais circunstancias eles acontecem, pense em dia, hora, local, equipamentos usados, estado de emocional, pessoas com quem tem contato, enfim, tudo o que se tornou comum para que eles aconteçam.
Reconhecendo os processos tente mudar os padrões, criar cercas altas que o ajudem a não entrar no processo que leva ao pecado.


Prestação de contas
Um companheiro de luta vai ajudar no processo. Lembre-se de procurar ajuda com pessoas confiáveis e do seu próprio sexo.
Algo que pode ajudar é um programa chamado X3Watch (leia o post aqui no blog) que sela um acordo entre amigos para vigiar o uso da internet.
É preciso que esta prestação de contas seja honesta e voluntária. Não é uma investigação, onde um amigo fica buscando históricos, lembre-se, eles podem ser apagados. É sim uma amizade que visa o bem do outro e vai orar, aconselhar, exortar e acompanhar seu amigo para a vitória.

Sei que são dicas simples, mas elas podem fazer a diferença entre a vitória e a derrota.
 
Fonte: http://adolescentecrente.blogspot.com/2011/11/pornografia-e-masturbacao-tem-saida.html

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Por Que Fracassam as Sociedades?

Por Que Fracassam as Sociedades?

Fui muito afortunado por ter sido sócio de três amigos – Shan Burke, Don Smith e Ron Young - em empreendimentos bem-sucedidos. Entretanto, estatisticamente apenas uma de cada 35 sociedades é bem-sucedida. As restantes fracassam. Sendo assim, com base nesse dado desanimador seria sábio evitar fazer sociedades. A pergunta é: por que as sociedades geralmente fracassam? Penso que há uma razão bem simples: porque questões corretas não são abordadas desde o início, antes da assinatura do contrato social e dos apertos de mãos. Vejamos alguns princípios e palavras de cautela a considerar antes de se assumir o risco de entrar em uma sociedade:

Não se ponha em “jugo desigual”. A Bíblia faz este alerta: “Não se ponham em jugo desigual com descrentes. Pois o que têm em comum a justiça e a maldade? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas” (2Coríntios 6.14). Do mesmo modo que você não “atrelaria” um cavalo e um boi juntos, os seguidores de Jesus Cristo não deveriam ligar-se àqueles que ainda O seguem. Mesmo que ambas as partes professem ser cristãs, isso não assegura uma combinação igual. Um pônei e um garanhão, por exemplo, são ambos cavalos, mas têm tamanhos e temperamentos diferentes. Mesmo compartilhando algumas similaridades, ainda assim são “desiguais”.

Qual o propósito da sociedade? Cada parte deveria escrever suas expectativas e objetivos para a sociedade. As listas não precisam ser idênticas, mas devem ser compatíveis. Como por exemplo: o que será feito quando tiver lucro? E quando houver prejuízo? Os objetivos podem ser alcançados sem entrar numa sociedade formal, legalmente constituída? 

Quem é a autoridade final? Quando decisões cruciais precisarem ser tomadas, quem será a autoridade definitiva? Você estaria disposto a submeter-se à autoridade de outra pessoa?

Qual é o perfil de personalidade de cada sócio? Vocês podem ser ótimos amigos, gostar de trabalhar juntos e compartilhar valores em comum, mas se suas personalidades e estilo de trabalho forem muito diferentes, os conflitos serão inevitáveis.

Vocês concordam quanto a princípios? Se houver discordância na sociedade quanto as operações de curto prazo ou objetivos de longo prazo, qual será o mecanismo para resolvê-la? Ambos estariam dispostos a usar a Bíblia e seus princípios sobre negócios para resolver conflitos?

Coloque TODOS os detalhes por escrito. Existe um ditado que diz: “Um pequeno lápis é melhor do que uma grande memória”. Torne isso tão claro que, se necessário, ambos sejam capazes de facilmente completar os detalhes. Inclua o que aconteceria na eventualidade de um divórcio, incapacitação, desinteresse, morte, dívidas ou desonestidade.

Faça SEMPRE um acordo de compra e venda. Este deveria ser um acordo que qualquer parte poderia desencadear, a qualquer momento, sem disputas. Se a sociedade não funcionar, terminá-la não deverá ser a causa de problemas desnecessários. 

Envolva seu cônjuge. Por ser controlador, viciado em correr riscos, geralmente não envolvia minha esposa nas decisões de negócios. Eu tinha experiência, um MBA e pensava. Liz era apenas uma professora primária. Mas cometi erros tolos até aprender que, em todas as fases da vida, eu estava envolvido em sociedade – com Deus, como “sócio gerente”, e com minha esposa, como “sócia igualitária”. Aceitei que ela tivesse o “poder de veto” sobre minhas decisões de negócios. A princípio, temia que jamais fizesse outro bom negócio novamente, porque até Liz entender o que se tratava, todos os bons negócios já teriam ido embora. Mas aos poucos fui entendendo que Deus a dotou com um “radar intuitivo” que eu não tenho. Dessa forma, evitamos MUITOS maus negócios e desfrutamos de uma vida sob medida.

Próxima semana tem mais!

Texto de autoria de Ken Korkow, que vive em Omaha, Nebraska, U.S.A., onde serve como diretor regional da CBMC. Este texto foi adaptado da coluna “Fax of Life”, que ele escreve semanalmente. Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação de J. Sergio Fortes (fortes@cbmc.org.com)

MANÁ DA SEGUNDA® é uma refelxão semanal do CBMC - Conecting Business and Marketplace to Christ, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2009 - DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL -  E-mail: liong@cbmc.org.br -Desejável distribuição gratuita na íntegra. Reprodução requer prévia autorização. Disponível também em alemão, espanhol, inglês, italiano e japonês.

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Questões Para Reflexão ou Discussão

1.    Você faz ou já fez parte de uma sociedade? Como tem sido essa experiência para você?
2.    O que você pensa do aviso bíblico para não se colocar em “jugo desigual”? Você concorda com este princípio ou o acha desnecessariamente restritivo? 
3.    Quais dos demais princípios sobre sociedade lhe parecem mais úteis ou práticos? Algum deles o levaria a ser mais cauteloso antes de fazer sociedade?
4.    Que achou da sugestão do autor de envolver o cônjuge nas decisões nos negócios? Acha isso realista, mesmo que ele (ela) não tenha experiência no negócio que você faz?
Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Provérbios 12.15; 15.22; 19.20; 27.17; Eclesiastes 4.9-12; Colossenses 3.17,23-24. 
Por Ken Korkow


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Sócrates Oliveira de SouzaDiretor Executivo
Convenção Batista Brasileira
www.batistas.com

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A Praga do Pragmatismo – Tudo que está dando certo é bom diante de Deus?

A Praga do Pragmatismo – Tudo que está dando certo é bom diante de Deus?
Entende-se como pragmatismo uma corrente filosófica do século XIX e está associada à pessoa de Willian James. Muitos nunca ouviram esse termo e duvidam sobre a influência desse pensamento em nossos dias. Mas o pragmatismo há muito, corre em nossas veias, estejamos conscientes ou inconscientes disso.
Visite: Gospel +, Noticias Gospel, Videos Gospel, Musica GospelNa ética pragmática há um rompimento com a metafísica, ou seja, o que é bom ou mal nunca pode ser definido por uma questão transcendente. Aplicando, o bom ou mal não é definido por Deus ou pela bíblia, nem mesmo pela subjetividade humana. Nessa escola filosófica o que é bom, louvável, o que deve ser procurado, é o que é útil. Logo, à pergunta: Deus existe? A resposta pragmática é: se essa crença te faz bem, então continue a crer nisso.

A influência do pragmatismo no meio evangélico brasileiro é tal, que não é incomum ouvirmos e vermos líderes em busca de novas táticas ou técnicas para o crescimento de sua igreja. Por causa do pragmatismo, o fato do crescimento impede a reflexão se essa técnica é bíblica ou não. O que importa é o crescimento. Buscar uma nova metodologia administrativa, homilética ou de ensino não é o problema. O problema está na visão pragmática de muitos líderes que abandonam princípios antes defendidos, em favor do que está dando “certo”.
O perigo e ameaça do pragmatismo está no fato de que em nome daquilo que está funcionando deterioramos princípios.
Infelizmente não é incomum ouvir e ver companheiros ministeriais afirmando que “…apesar de não concordar muito… o povo gosta, a igreja está crescendo…”, “…isso é pecado, mas Deus está com ele, Ele tem abençoado, olha o tamanho da igreja…”.
Há rigidez na disciplina com uma pequena ovelha, mas aquele “homem de Deus” que ora e o milagre acontece, somos mais leves, pois o ministério dele está dando certo.
A visão pragmática no meio evangélico nos fez deixar de avaliar o ministério de um homem por seu caráter e fidelidade escriturística no ensino. Agora os bons ministérios são os grandes ministérios. Nem tudo que é grande é saudável, o câncer é uma multiplicação doentia das células.
Disse Jesus: Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. Mt 7:21-23.
A pessoa aprovada por Deus nesse texto não é o que fez milagres, que clamou fervorosamente: “Senhor, Senhor!”. O que entrará no Reino de Deus não é o que deu certo diante dos homens, mas o que fez a vontade do Pai. Nem sempre fazer a vontade do Pai vai nos levar a grandeza e sucesso diante dos homens. Mas fazer a vontade do Pai é bom.
Concluindo, nem tudo que está dando certo diante dos homens é bom diante de Deus.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

NÃO TOME ATITUDES PRECIPITADAS!!!

NÃO TOME ATITUDES PRECIPITADAS!!!

Três Conselhos...       Um casal de jovens recém-casados, era muito pobre e vivia de favores num sítio do interior. Um dia o marido fez a seguinte proposta para a esposa:
 
         "Querida eu vou sair de casa, vou viajar para bem longe, arrumar um emprego e trabalhar até ter condições para voltar e dar-te uma vida mais digna e confortável. Não sei quanto tempo vou ficar longe, só peço uma coisa, que você me espere e enquanto eu estiver fora, seja FIEL a mim, pois eu serei fiel a você. " 
 

    
Assim sendo, o jovem saiu. Andou muitos dias a pé, até que encontrou um fazendeiro que estava precisando de alguém para ajudá-lo em sua fazenda.

O jovem chegou e ofereceu-se para trabalhar, no que foi aceito. Pediu para fazer um pacto com o patrão, o que também foi aceito.
    
O pacto foi o seguinte: 
    
"Me deixe trabalhar pelo tempo que eu quiser e quando eu achar que devo ir, o senhor me dispensa das minhas obrigações.
      EU NÃO QUERO RECEBER O MEU SALÁRIO. Peço que o senhor o coloque na poupança até o dia em que eu for embora.      No dia em que eu sair o senhor me dá o dinheiro e eu sigo o meu caminho".            
     Tudo combinado.    
     Aquele jovem trabalhou DURANTE VINTE ANOS, sem férias e sem descanso.
     Depois de vinte anos chegou para o patrão e disse:
    
"Patrão, eu quero o meu dinheiro, pois estou voltando para a minha casa."
 O patrão então lhe respondeu:
         
"Tudo bem, afinal, fizemos um pacto e vou cumpri-lo, só que antes quero lhe fazer uma proposta, tudo bem?
         
Eu lhe dou o seu dinheiro e você vai embora, ou LHE DOU TRÊS CONSELHOS e não lhe dou o dinheiro e você vai embora.

          Se eu lhe der o dinheiro eu não lhe dou os conselhos; se eu lhe der os conselhos, eu não lhe dou o dinheiro.           Vá para o seu quarto, pense e depois me
    
dê a resposta.
 
     Ele pensou durante dois dias, procurou o patrão e disse-lhe: "
QUERO OS TRÊS CONSELHOS."
     O patrão novamente frisou: "
Se lhe der os conselhos, não lhe dou o dinheiro."
     E o empregado respondeu: "
Quero os conselhos."
 
     O patrão então lhe falou:
    
1. NUNCA TOME ATALHOS EM SUA VIDA. Caminhos mais curtos e desconhecidos podem custar a sua vida.
    
2. NUNCA SEJA CURIOSO PARA AQUILO QUE É MAL, pois a curiosidade para o mal pode ser mortal.
    
3. NUNCA TOME DECISÕES EM MOMENTOS DE ÓDIO OU DE DOR, pois você pode se arrepender e ser tarde demais.
 
     Após dar os conselhos, o patrão disse ao rapaz, que já não era tão jovem assim:

    
"AQUI VOCÊ TEM TRÊS PÃES, estes dois são para você comer durante a viagem e este terceiro é para comer com sua esposa quando chegar a sua casa.?

     O homem então, seguiu seu caminho de volta, depois de vinte anos longe de casa e da esposa que ele
tanto amava.
 
     Após primeiro dia de viagem, encontrou um andarilho que o cumprimentou e lhe perguntou:
"Pra onde você vai??
     Ele respondeu:
"Vou para um lugar muito distante que fica a mais de vinte dias de caminhada por essa estrada."
     O andarilho disse-lhe então:
"Rapaz, este caminho é muito longo, eu conheço um atalho que é dez, e você chega em poucos dias...?
 
     O rapaz contente, começou a seguir pelo atalho, quando lembrou-se do primeiro conselho, então voltou e seguiu o caminho normal.
     Dias depois soube que o atalho levava a uma emboscada.
     Depois de alguns dias de viagem, cansado ao extremo, achou pensão à beira da estrada, onde pode hospedar-se.
 
     Pagou a diária e após tomar um banho deitou-se para dormir.
     De madrugada acordou assustado com um grito estarrecedor. Levantou-se de um salto só e dirigiu-se à porta para ir até o local do grito.
     Quando estava abrindo a porta, lembrou-se do segundo conselho.
     Voltou, deitou-se e dormiu.
 
     Ao amanhecer, após tomar café, o dono da hospedagem lhe perguntou se ele não havia escutado gritos durante a noite, e ele respondeu que sim.
     O hospedeiro perguntou-lhe se não estava curioso a respeito, e ele respondeu que não...

     O hospedeiro prosseguiu:
?VOCÊ É O PRIMEIRO HÓSPEDE A SAIR DAQUI VIVO, pois meu filho tem crises de loucura, grita durante a noite... e quando o hóspede sai, mata-o e enterra-o no quintal.? 
 
     O rapaz prosseguiu na sua longa jornada, ansioso por chegar a sua casa.

     Depois de muitos dias e noites de caminhada... Já ao entardecer, viu entre as árvores a fumaça de sua casinha, andou e logo viu entre os arbustos a silhueta de sua esposa.
     Estava anoitecendo, mas ele pode ver que ela não estava só.
     Andou mais um pouco e viu que ela tinha entre as pernas, um homem a quem estava acariciando
os cabelos.
 
     Quando viu aquela cena, seu coração se encheu de ódio e amargura e decidiu-se a correr de encontro aos dois e a matá-los sem piedade.
    Respirou fundo, apressou os passos, quando lembrou-se do terceiro conselho.
     Então parou, refletiu e decidiu dormir aquela noite ali mesmo e no dia seguinte tomar uma decisão.
 
     Ao amanhecer, já com a cabeça fria, ele pensou:
"NÃO VOU MATAR MINHA ESPOSA E NEM O SEU AMANTE.
     Vou voltar para o meu patrão e pedir que ele me aceite de volta.
     Só que antes, quero dizer a minha esposa que eu sempre FUI FIEL A ELA".
 
     Dirigiu-se à porta da casa e bateu.
     Quando a esposa abre a porta e o reconhece, se atira em seu pescoço e o abraça afetuosamente.
     Ele tenta afastá-la, mas não consegue. Então, com lágrimas nos olhos lhe diz: "
Eu fui fiel a você e você me traiu..."
     Ela espantada lhe responde: "
Como? Eu nunca lhe trai, esperei durante esses vintes anos!"
     Ele então lhe perguntou: "
E aquele homem que
você estava acariciando ontem ao entardecer?"
 
     "
AQUELE HOMEM É NOSSO FILHO. Quando você foi embora, descobri que estava grávida. Hoje ele está com vinte anos de idade.?
     Então o marido entrou, conheceu, abraçou o filho e contou-lhes toda a sua história, enquanto a esposa preparava o café.
     Sentaram-se para tomar café e comer juntos o último pão.
 
     APÓS A ORAÇÃO DE AGRADECIMENTO, COM LÁGRIMAS DE EMOÇÃO, ele parte o pão e, ao abri-lo, encontra todo o seu dinheiro, o pagamento por seus vinte anos de dedicação!  
 
     Muitas vezes achamos que o atalho "queima etapas" e nos faz chegar mais rápido, o que nem sempre é verdade...
     Muitas vezes somos curiosos, queremos saber de coisas que nem ao menos nos dizem respeito e que nada de bom nos acrescentará...
     Outras vezes, agimos por impulso, na hora da raiva, e fatalmente nos arrependemos depois....
 
     Espero que você, assim como eu, não se esqueça desses três conselhos e que, principalmente, não se esqueça de CONFIAR em DEUS... (mesmo que a vida, muitas vezes já tenha te dado motivos para a desconfiança).


Forte abraço e que Deus te abençoe!